O influenciador e autodeclarado ex-coach Pablo Marçal (PRTB) compartilhou na noite da última sexta-feira (4) uma publicação que associava o concorrente político Guilherme Boulos (PSOL) com o uso de drogas . Na publicação, o candidato à Prefeitura de São Paulo anexou um suposto laudo médico que dizia que o psolista teria procurado ajuda médica por conta do uso de cocaína.
Entretanto, uma série de evidências mostram que o documento apresentado por Marçal trata-se de um prontuário médico falso. Boulos já entrou na Justiça de São Paulo com um pedido de prisão do ex-coach por falsificação de documento.
A atitude de Marçal às vésperas da eleição municipal levantaram questionamento se ele poderia ser retirado da disputa política. Ao iG Último Segundo , o advogado de Direito Eleitoral Alberto Rollo esclareceu a dúvida e afirmou que o candidato não poderá ser restirado da disputa.
"Não dá tempo. É impossível disso acontecer. Precisa inclusive saber que tipo de ação e que tipo de processo é. Não é assim, da noite para o dia que você retira alguém da urna. Lá na frente, dependendo da acusação, se houver a condenação, ele poderia até ficar inelegível ou poderia ter o diploma cassado. Mas isso é lá na frente!", explica o advogado.
Ele afirma que, pela demora da investigação e do processo, o caso não poderia ser finalizado nem para o segundo turno: "Imagina o processo que está começando ontem. Ele tem direito de defesa, direito contraditório que está na Constituição. Se o juiz der a sentença na primeira instância, lá na zona eleitoral, ele pode recorrer para o TRE. Se o TRE der uma decisão contra ele, [Marçal] pode recorrer no TSE. Então, tudo isso leva tempo, não dá tempo de fazer isso em um ou dois dias, mas também não dá tempo para o segundo turno que são 21 dias".
Segundo Rollo, os casos em que um político pode ter sua candidatura cassada são em casos de:
- abuso de poder;
- abuso econômico;
- abuso dos meios de comunicação social;
- abuso do poder político;
- registro quando registro está sendo questionado;
- entre outros casos mais específicos.
No entanto, Rollo é categórico em dizer que, em todos os casos, as ações são movidas em um período longo antes das eleições.