O vereador João Jorge (PSDB), vice-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, declarou que o Legislativo paulistano e a Arquidiocese de São Paulo não têm "nada a ganhar se baterem de frente". Em sua visão, não há benefício nessa discordância.
Em entrevista à coluna Painel, da Folha de São Paulo, ele mencionou que, caso o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) persista em associar a CPI das ONGs, proposta por ele em dezembro, ao padre Júlio Lancellotti, irá recorrer ao presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), buscando evitar a instalação dessa comissão.
A Arquidiocese da Igreja Católica manifestou perplexidade diante da possibilidade de abertura dessa investigação.
Nunes apresentou o requerimento para a CPI em dezembro, com o respaldo de 24 vereadores. Contudo, devido à considerável oposição à CPI, muitos vereadores têm retirado seu apoio. A proposta ainda precisa ser avaliada pelo colégio de líderes e pelo plenário para ser efetivada.
João Jorge frisou sua oposição a qualquer afronta às instituições religiosas. Ele alega ter assinado o pedido de CPI das ONGs sem ter sido informado sobre qualquer ligação com o padre Júlio Lancellotti. Enquanto nas redes sociais e em entrevistas, Rubinho Nunes direciona sua atenção ao padre como alvo principal.
O vereador do PSDB menciona que, caso seu colega insista em direcionar a CPI contra o padre, ele pode solicitar a retirada de sua assinatura, apoiando a criação da comissão.
O padre Júlio Lancellotti afirmou que não faz parte de nenhuma ONG e não possui envolvimento com projetos que utilizam recursos públicos, questionando a razão para ser alvo de investigação. Ele destaca que suas ações estão vinculadas à arquidiocese, uma entidade que não se enquadra como ONG ou possui convênios com a prefeitura, não havendo uso de recursos públicos em suas atividades.
Ele enfatiza que a função da Câmara é fiscalizar verbas públicas e não há embasamento para uma CPI que vise fiscalizar a igreja.