O presidente Lula (PT) entrou em contato com Marta Suplicy , atual secretária de Relações Internacionais de São Paulo, para convencer a ex-prefeita a fazer parte da chapa de Guilherme Boulos (PSOL) para a disputa da prefeitura de São Paulo em 2024.
Segundo apuração da Folha de São Paulo , a primeira conversa aconteceu por telefone na última sexta-feira. O jornal afirma que ainda não há nada definido e que as conversas devem se intensificar, inclusive com encontros presenciais entre Marta, Lula e Boulos, no início de 2024.
Segundo o jornal, a ideia é fazer Marta Suplicy retornar ao partido dos trabalhadores, de onde saiu em 2015. A filiação da ex-prefeita seria celebrada com uma grande festa dentro do partido.
Integrantes do PT observam o movimento com otimismo e consideram que a saída de Suplicy do governo de Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo é justificável após o atual prefeito da capital paulista pedir apoio de Jair Bolsonaro (PL) para as eleições de 2024. A união entre Suplicy e PT pode ser vista como resposta à aproximação entre Ricardo Nunes e Jair Bolsonaro .
Na última quarta-feira (20), Lula sinalizou que tentará convencer a deputada Tabata Amaral (PSB) a desistir da disputa pela prefeitura. Na ocasião, o presidente afirmou que não existem chances de ele e o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), estarem em chapas opostas nas eleições paulistanas.
Neste sábado (23), durante um evento, Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, afirmou que não vê sua secretária deixando o governo: “Não é o perfil da Marta”.
Marta Suplicy foi prefeita de São Paulo entre 2000 e 2004, quando foi derrotada por José Serra (PSDB) na tentativa da reeleição. Ela buscou retornar ao cargo em 2008 e 2016, mas não obteve sucesso.
Após deixar a prefeitura, Suplicy foi ministra do Turismo durante o segundo mandato de Lula e em 2010 foi eleita para o Senado Federal. Entre 2012 e 2014, foi Ministra de Cultura do governo de Dilma Rousseff (PT), até se desfiliar do partido em 2015. Nos anos seguintes, Marta Suplicy votou a favor do Impeachment de Dilma e passou por MDB (2015-2018) e Solidariedade (2020) e está sem partido.