
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem aproveitado seu tempo entre livre de trabalho no Palácio dos Bandeirantes para marcar reuniões e cafés com aliados fora da agenda oficial. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (21) pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo iG.
Nas últimas semanas, Tarcísio tem agendado encontros com pessoas próximas ao bolsonarismo, mas não tem dado a transparência sobre as reuniões. As principais reuniões envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI).
Com Nogueira, Tarcísio se reuniu na última semana para um café da manhã. Entretanto, tanto na quinta-feira (17) quando sexta-feira (18), datas em que Ciro esteve na capital paulista, não há registros do encontro na agenda do governador.
Tarcísio de Freitas era esperado no evento que marcou a filiação do secretário da Casa Civil, Arthur Lima, ao Progressistas, mas cancelou sua ida em cima da hora. Um dos motivos da desistência era para evitar maiores especulações sobre sua possível ida à legenda de Ciro Nogueira.
Outro encontro marcado fora da agenda oficial foi um almoço realizado no último dia 7 de agosto com empresários na capital paulista. Na época, Tarcísio foi acompanhado por Bolsonaro e pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
O almoço foi uma tentativa de aproximação entre o ex-presidente e Nunes, que tenta o apoio do bolsonarismo para a disputa das eleições do ano que vem. Tarcísio é um dos intermediadores da negociação.
O governador paulista também se reuniu com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) no Palácio dos Bandeirantes. A reunião aconteceu no último dia 14 de agosto e foi registrado pelo secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
No dia, a agenda oficial de Tarcísio apontava apenas despachos internos e uma reunião com Conselho da Região Metropolitana de São Paulo.
Em nota, o governo de São Paulo negou a quebra de transparência e afirmou que ‘reuniões e compromissos imprevistos podem surgir’. O Palácio dos Bandeirantes ressaltou que a dinâmica da agenda pode levar a alterações.
A reportagem verificou as atualizações no site do governo estadual, mas não encontrou as atualizações mencionadas acima. O governo também informou que a lei federal que estabelece transparência nas agendas ‘tem validade apenas para servidores da União’, ou seja, os estados não tem a obrigação de segui-la.