'Não aguento mais, meu casamento acabou', diz PM que matou colegas

Crime ocorreu no último dia 15 em Salto, no interior de São Paulo

Sargento Gouveia logo após atirar contra os colegas
Foto: Reprodução/Fantástico - 22.05.2023
Sargento Gouveia logo após atirar contra os colegas

O policial militar suspeito de matar dois colegas de trabalho dentro do batalhão em Salto , no interior de São Paulo, afirmou que já 'não aguentava mais' durante sua após o crime.

Nas imagens divulgadas pelo programa Fantástico, da rede Globo, o sargento Claudio Henrique Frare Gouveia, 53 anos, aparece sendo alguemado logo após matar os militares. 

“Não aguento mais. Não estou dormindo. Meu casamento acabou”, afirma Gouveia enquanto é preso. 

O militar, que é apontado como alguém tranquilo, disse que estava sendo perseguido pelo capitão Josias Justi. Ele atirou com um fuzil contra o capitão e o sargento Roberto da Silva no dia 15 de maio e se entregou em seguida. 

De acordo com testemunhas, Claudio Henrique vinha reclamando das escalas e afirma que isso estaria prejudicando-o a esfera familiar. A esposa do militar também é PM na mesma companhia. 

“Ele não devia ter destruído a minha vida, ele destruiu a minha vida. Então é isso aí, elas por elas. Esse é o motivo pelo qual aconteceu. Porque em nenhum momento ele voltou atrás e ninguém transferiu esse cara daqui. Então, eu não tenho o que fazer. Acabou. Se alguém quiser ouvir é isso aí, esse é o depoimento, tá bom? Muito obrigado”, falou o policial.

Antes de cometer os assassinatos, o militar era conhecido pelo ótimo comportamento e as abordagens gentis que chegaram a ganhar destaque na internet. Durante suas folgas, Gouveia jogava hóquei com a família e era instrutor de patinação.

“É muito comum que as organizações policiais individualizarem o problema, tratando a questão como algo do indivíduo, de que ele teve um problema pontual, como um acesso de raiva ou um desvio”, explicou a psicóloga Juliana Martins, coordernadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ao programa Fantástico.

De acordo com a profissional, a saúde mental deve ser melhor abordada na corporação para que um que o profissional não venha ser perseguido por conta de um diagnóstico, por exemplo.

A Polícia Militar do Estado de São Paulo não quis comentar o crime. 

Entenda o caso

Um agente da Polícia Militar matou dois colegas de farda na manhã de segunda-feira (15) em Salto, interior de São Paulo.

Segundo testemunhas que estavam no local no momento do crime, o homem, que foi identificado como sargento da PM, invadiu uma sala da 3ª Companhia da Polícia Militar de Salto e disparou contra as vítimas, outro sargento e um capitão que atuava na cidade. Após isso, o atirador se entregou.

O Corpo de Bombeiros de Salto foi chamado para atender a ocorrência, mas ao chegar no local os dois agentes já estavam mortos.

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