André do Prado confirma favoritismo e é eleito presidente da Alesp

Deputado do PL consegue apoio da oposição e garante 89 votos para comandar Legislativo estadual por dois anos; PT assume 1ª secretaria

Deputado estadual André do Prado (PL) é afilhado político de Valdemar Costa Neto e aliado de Tarcísio de Freitas
Foto: Assembleia SP - 15.03.2023
Deputado estadual André do Prado (PL) é afilhado político de Valdemar Costa Neto e aliado de Tarcísio de Freitas

O deputado estadual André do Prado (PL) foi eleito nesta quarta-feira (15) presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para o biênio 2023/2024. O parlamentar obteve amplo apoio da base governista e da oposição para garantir 89 votos, contra 5 votos para Carlos Giannazi (PSOL).

Na última Mesa Diretora, Prado ocupou a segunda presidência da Casa. O parlamentar está na sua quarta legislatura e visto nos bastidores com perfil moderador e republicano.

Em seu primeiro discurso, André do Prado agradeceu familiares e o deputado federal Márcio Alvim (PL-SP). Ele ainda citou Valdemar Costa Neto e o governador Tarcísio de Freitas.

Prado defendeu a autonomia entre os poderes e ressaltou que trabalhará unido ao Palácio dos Bandeirantes.

André do Prado é um forte investimento do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O deputado ainda é afilhado político do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Freitas acredita que André acatará as demandas e fará a interlocução junto à liderança do governo para aprovar pautas de interesse do Palácio dos Bandeirantes.

A eleição de André do Prado acontece após a costura de acordos políticos entre os parlamentares. Tradicionalmente, a presidência da Alesp fica com o partido de maior bancada na Casa, no caso, o PL.

Na costura dos acordos, a 1ª secretaria, segundo cargo de maior importância da Assembleia, ficará com o segundo partido de maior bancada, o PT, que já ocupa o cargo. O apoio da oposição partiu após conseguir garantias de que seria mantido um membro da legenda na secretaria.

O nome escolhido pela base petista é de Teonilio Barba, parlamentar que está em seu terceiro mandato.

Já para a segunda secretaria o nome escolhido foi de Rogério Nogueira (PSDB). Ele se mantém no cargo que ocupava na última Mesa Diretora.

As 3ª e 4ª secretarias serão ocupadas por Léo Oliveira (MDB) e Gil Diniz (PL).

Vice-presidências

A vice-presidência da Alesp era o único cargo que estava em aberto até horas antes da eleição. O cargo ficou com om Gilmaci Santos (Republicanos).

A segunda vice-presidência ficará a cargo de Milton Leite (União Brasil), enquanto a terceira ficará com Hélio Zanatta ( PSC). Rafael Silva (PSD) será o quarto vice-presidente da Alesp.

Mulheres na mesa diretora

Essa é, ao menos, a terceira mesa diretora sem a presença de mulheres. Segundo os deputados, as indicações para a mesa diretora são de responsabilidade dos partidos.

Internamente, a deputada Mariana Helou (Rede) tentou reverter as indicações para colocar uma mulher, enquanto Eduardo Suplicy votou em uma mulher para ocupar a primeira secretaria.

A Alesp não se pronunciou publicamente sobre o caso.

Posse

Antes da eleição da mesa diretora, os deputados tomaram posse para a 20° legislativa estadual. O rito foi comandando pelo ex-presidente da Casa, Carlão Pignatari (PSDB) e contou com a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Deputados federais e o senador Marcos Pontes (PL) também marcaram presença.

Freitas defendeu unidade entre o Palácio dos Bandeirantes e a Alesp. O governador ressaltou que o diálogo será importante para a gestão do estado.

"Esperem do governo do estado de São Paulo o diálogo. Entendemos que governo e Alesp caminharão juntos. Eu creio muito na qualidade dos parlamentares empossados", disse Tarcísio.

Alguns manifestantes protestaram em favor de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro morta em 2018. Parlamentares do PT e PSOL também lembraram de Marielle.