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As 72 pessoas detidas durante reintegração de posse foram ouvidas e passaram por exame de corpo de delito

Alunos fazem assembleia e decidem entrar em greve geral na USP
Agência Estado
Alunos fazem assembleia e decidem entrar em greve geral na USP
Os alunos detidos durante reintegração de posse em prédio da reitoria da USP na madrugada desta terça-feira (7) pagaram a fiança e assinaram alvará de soltura. Os estudantes foram encaminhados para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). No total, R$ 39.240 foram pagos para 72 pessoas - 68 alunos e quatro funcionários.

Os primeiros estudantes começaram a ser liberados às 23h. Um aluno que se identificou como Bruno, do curso de Ciências Sociais, afirmou que a "prisão foi política, sem motivação legal". O último aluno preso deixou o local às 3h45 desta quarta-feira.

Enquanto os estudantes e servidores detidos eram ouvidos pela polícia, cerca de 70 alunos ficaram na frente da delegacia gritando palavras de ordem, como "greve" e "prenderam 73, agora são milhares lutando de uma vez".

Cada vez que um aluno preso passava para o Instituto Médico Legal (IML), ao lado da delegacia, era aplaudido pelos manifestantes. Quando os liberados se reuniam ao grupo, eles exibiam o alvará de soltura enquanto se juntavam ao coro.

Em assembleia realizada na noite desta terça-feira, os estudantes decidiram entrar em greve .  Eles também avaliam se ocupam a reitoria novamente em protesto contra a ação da PM.

Anúncio da greve na manhã desta quarta-feira na Univrsidade de São Paulo
AE
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A polícia retificou o número de detidos de 73 para 72. Todos foram presos em flagrante e indiciados por crimes de desobediência e dano ao patrimônio público e terão que pagar um salário mínimo de fiança.

Além do depoimento, a polícia apresentou um questionário com 12 perguntas sobre a ocupação da universidade. Nenhum dos alunos respondeu a essas perguntas.

Cronologia

O prédio da reitoria da USP foi ocupado após uma assembleia de estudantes decidir pelo cancelamento de outra invasão, no prédio administrativo de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na noite de terça-feira (1). O primeiro ato ocorreu em protesto pela detenção de três estudantes que estariam fumando maconha no estacionamento na última semana.

Na tarde de quinta (3), a reitoria divulgou imagens das câmeras instaladas no prédio da reitoria que mostram o momento em que várias pessoas forçam o portão e invadem o local.