
O Secretário da Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, detalhou nesta quarta-feira (19) a Operação Contenção e rebateu críticas após confrontos em favelas. Segundo ele, os corpos encontrados na mata no entorno do Complexo do Alemão estavam paramentados com roupas e equipamentos militares, que foram retiradas para chocar a sociedade e culpar os policiais:
"As únicas vítimas foram os quatro policiais mortos em serviço. Aqueles que atuaram para tirar as roupas (táticas) serão investigados pela Polícia Civil por fraude processual".
O secretário de Estado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, prestou solidariedade às famílias dos quatro policiais mortos durante a Operação Contenção, deflagrada nas últimas 48 horas nos complexos da Penha e do Alemão.
Segundo Curi, a ação foi resultado de um ano de investigação conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e envolveu o cumprimento de 100 mandados de prisão e 180 de busca e apreensão.
De acordo com o secretário, a operação foi exaustivamente planejada com o objetivo de “causar o menor impacto possível aos moradores” , tentando retirar criminosos das comunidades e levá-los para áreas de mata.
“Quem diz que não houve planejamento não sabe o que está falando. Sempre aparecem engenheiros de obra pronta” .
Curi rebateu críticas sobre a condução da ação e ressaltou que em áreas dominadas pelo tráfico, a inteligência policial pode aumentar o risco de confronto.
“Nessas regiões, quanto mais inteligência, mais confronto. A lógica é inversa, e foi isso que encontramos ontem”.
Ele ainda classificou as facções criminosas como “narcoterroristas” e afirmou que elas “oprimem e assediam moradores com barricadas, trazendo lideranças de outros Estados para se esconderem nas comunidades” .
O secretário declarou que a operação representou “o maior baque que o Comando Vermelho sofreu em sua história” , com a apreensão de armas, drogas e a prisão de lideranças. Ele também criticou declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia se referido a traficantes como “vítimas do uso de drogas” . “O policial está sendo tratado como vilão, mas o policial é herói” .
Saldo da operação
O balanço divulgado pela Polícia Civil aponta 113 presos, incluindo 33 lideranças de outros estados e 10 adolescentes. Ao todo, 198 armas foram apreendidas — entre elas 171 fuzis, 26 pistolas e um revólver, além de munições, artefatos explosivos e toneladas de drogas que ainda estão sendo contabilizadas.
Segundo o secretário, 115 suspeitos foram ‘neutralizados" que foram registrados como opositores que atentaram contra a vida de policiais.