Tio Paulo: Érika diz ter prestado depoimento sob medicação controlada

Sobrinha disse estar em "estado emocional abalado"

Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, na delegacia antes de ser presa por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver em agência bancária
Foto: Reprodução / TV Globo
Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, na delegacia antes de ser presa por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver em agência bancária

Érika de Souza Vieira Nunes , de 42 anos, sobrinha de  Paulo Roberto Braga , de 68 anos, disse estar sob "efeito de medicação controlada" quando prestou depoimento na 34ºDP (Bangu). A informação é descrita no termo de declaração, obtido pelo jornal O GLOBO, feito às 21h30 de terça-feira (16), mesmo dia em que ela levou o tio  dado como morto a uma agência bancária a fim de contratar um empréstimo de R$ 17 mil. 

No momento da declaração, o corpo do "tio Paulo" já estava no IML e o laudo da necrópsia apontou morte por "broncoaspiração da dieta", apesar de não constatar o horário exato do óbito.

No termo, há também a descrição de que Érika "se encontrava em estado emocional abalado [...], com seus reflexos desestabilizados e sem controle normal de seus sentidos devido aos efeitos da medicação".

Segundo a família de Érika, ela é dependente de medicamentos e faz acompanhamento psiquiátrico, com internações no histórico.

Ao solicitar liberdade provisória, a defesa de Érika apresentou um laudo médico, de 2022, em que mostra a comprovação do acompanhamento psiquiátrico. 

O laudo médico sugere que a mulher é dependente de hipnóticos e sofre de depressão. Apresentado ao Juízo de Custódia de Benfica, o documento não conseguiu evitar sua prisão preventiva. Atualmente, ela aguarda transferência para o Instituto Penal Djanira Dolores de Oliveira em Bangu, enquanto sua defesa busca revogar a prisão.

A defesa de Érika também argumenta que ela poderia ter pena relaxada por ser mãe de uma adolescente incapaz devido a um retardo no desenvolvimento fisiológico. Segundo seus advogados, a prisão domiciliar é justificada quando o preso é cuidador de uma pessoa com deficiência.

Em uma entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, a família de Érika enfatizou que ela era a principal cuidadora de seu tio e sugeriu que o incidente fosse resultado de um mal-entendido.

Relembre o caso

Érika está presa desde o dia do incidente no banco , onde uma funcionária gravou a situação, fazendo com que o caso viralizasse. Ela disse ser cuidadora do idoso, além de sobrinha.

Segundo o laudo de necrópsia, Paulo Roberto morreu entre 11h30 e 14h30 de terça-feira. Ele chegou ao banco por volta desde horário, segundo as imagens e os relatos do motorista que o levou até a agência, ainda com vida. 

A conclusão do perito que assinou o documento é de que "não há elementos seguros para afirmar, do ponto de vista técnico e científico, se o Sr. Paulo Roberto Braga faleceu no trajeto ou interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária".

O laudo também expõe que Paulo Roberto estava "previamente doente, com necessidades de cuidados especiais". 

"Os fatos não aconteceram como foram narrados. O Paulo chegou à agência bancária vivo. Existem testemunhas que no momento oportuno serão ouvidas. Ele começou a passar mal e depois teve todos esses trâmites. Tudo isso vai ser esclarecido. Acreditamos na inocência da senhora Érika", disse a advogada Ana Carla de Souza Correa, que defende Érika.

Além disso, a advogada reforça que Érika "é primária, possui bons antecedentes e reside há mais de 10 anos no mesmo local, não havendo qualquer indício de que buscaria se livrar de eventual sanção penal, se condenada".

Data do empréstimo

Érika teria ido ao banco para tentar fazer a retirada de R$ 17 mil. Sua defesa diz que o empréstimo do valor foi solicitado há um mês, mas que, durante esse período, o idoso ficou internado devido a uma pneumunia, mas estava lúcido e se locomovia com a ajuda de uma cadeira de rodas. 

"A solicitação do empréstimo foi feita há aproximadamente um mês do fato ao qual ela está sendo acusada. Ele estava totalmente lúcido. Antes da primeira internação, ele andava; só precisou de cadeira de rodas quando saiu, por ficar um pouco mais debilitado porque teve pneumonia, como qualquer pessoa ficaria. Mas isso não atacou sua lucidez."

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