Pai e filha agridem médica e são presos por homicídio doloso

Dupla irá responder pela morte de paciente que era atendido pela médica, dano ao patrimônio público e desacato

Foto: Marco Antonio Rezende/Prefeitura do Rio/Reprodução/
Hospital Municipal Francisco da Silva Telles

Um homem e sua filha foram presos em flagrante na madrugada deste domingo (16) em Irajá, Zona Norte do Rio de Janeiro, após agredir uma médica que cuidava de uma paciente em estado grave na sala vermelha da unidade, que veio a óbito. 

De acordo com a polícia, André Luiz do Nascimento Soares chegou ao Hospital Municipal Francisco da Silva Telles acompanhado da filha Samara Kiffini do Nascimento Soares. Francisco apresentava um ferimento, mas os funcionários da unidade pediram que ele aguardasse atendimento, já que haviam pacientes com casos mais graves. 

Impacientes, os dois começaram a quebrar o hospital e agrediram a médica de plantão, e invadiram a sala vermelha da unidade, local destinado aos pacientes em estado grave. 

De acordo com testemunhas, André ficava com as mãos para trás, dando a entender que estava supostamente armado. 

Com a confusão, um paciente com infarto agudo do miocárdio saiu da sala de atendimento com a coluna de soro e buscou refúgio no banheiro. Uma paciente em estado grave, que estava sendo monitorada pela equipe médica, ficou sem acompanhamento durante a confusão e veio a óbito. 

Pai e filha, causadores do tumulto, estão presos por homicídio doloso com dolo eventual, e também poderão responder por dano ao patrimônio público e desacato. André também responde por lesão corporal.

Responsável pela defesa de pai e filha, o advogado Cláudio Rodrigues alega que houve uma confusão generalizada na unidade de saúde, e que não se sabe como começou a briga e alega que há atendimento precário na unidade.

"Inicialmente a defesa entende, com a máxima vênia, que acusar os réus de homicídio de um paciente que já estava internado naquela unidade, possivelmente com um quadro clínico ruim, é forçoso demais. Réus esses que também estavam naquela unidade desesperados por um atendimento", afirmou o advogado.