A prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou, nesta quinta-feira (30), um quisque em homenagem a Moïse Kabagambe, congolês que foi brutalmente assassinado no dia 24 de janeiro deste ano no estabelecimento onde trabalhava como atendente.
O espaço foi inaugurado no Parque Madureira, na Zona Norte da cidade, na data em que é comemorado o Dia da Independência da República Democrática do Congo (RDC), realizada há 62 anos.
Repsententantes da prefeitura, membros do Consulado do Congo e da Acnur, a agência da ONU para refugiados, participaram da cerimônia.
O local tem 154m² de área total e capacidade para 60 lugares. O estabelecimento contará com um cardápio inspirado nos pratos típicos do RDC, além de abrigar um memorial para celebrar a cultura africana.
Além da prefeitura, participou também da elaboração do projeto a Orla Rio, concessionária que administras os quiosques da cidade.
Parentes escolheram o local para a construção do quisque após uma consulta da prefeitura. Inicialmente, foi proposto que a família passasse a administrar o estabelecimento onde Moïse foi morto, mas familiares do congolês consideraram que o espaço traria lembranças ruins. Então, ficou decidido que ele seria construído no Parque Madureira Mestre Monarco.
"Agradeço ao prefeito Eduardo Paes e toda sua equipe, ao João Barreto, presidente da Orla Rio, e todos os demais envolvidos. Recebam nosso obrigado por esse quiosque em homenagem à memória do nosso filho. O que aconteceu com ele atinge e afeta todo mundo", disse Clude Kabagambe, pai de Moïse.
Ivana Lay, mãe de Moïse, revelou um duplo sentimento em relação à inauguração, e cobrou justiça pela morte do seu filho.
"É um sentimento dividido. Esse quiosque é bom. Mas também a gente quer Justiça. A gente agradece pelo quiosque, mas ele não vai acabar com essa dor. Hoje cedo, antes de vir para cá, a gente foi lá, onde mataram ele. Quando eu cheguei aqui e vi a foto, chorei. É muita dor", desabafou.
Assassinato de Moïse Kabagambe
Moise Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi espancado em janeiro deste ano próximo a um quiosque onde ele trabalhava, na Barra da Tijuca.
O assassinato foi registrado por câmeras de segurança do local. O crime teria tido início após a cobrança pelo pagamento atrasado. As imagens gravadas mostram três homens espancando o congolês até a morte, e flagram os agressores dando socos, chutes e até golpes com pedaços de pau nele.
O rapaz foi encontrado por policiais com pés e mãos amarradas, deitado ao chão já sem vida, em um ponto próximo ao estabelecimento nomeado como Tropicália.
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