Governador Cláudio Cástro
Reprodução: Commons - 10/05/2022
Governador Cláudio Cástro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, negou nesta quarta-feira que as ações policiais que resultaram em dezenas de mortes no Jacarezinho, em maio de 2021, e na Vila Cruzeiro, na semana passada, sejam chacinas. Segundo ele, chacina é quando se aponta uma arma para a polícia. Em entrevista dada após uma audiência com o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele reagiu quando a palavra foi mencionada.

"Chacina deve ser uma opinião pessoal de quem está falando", disse Castro.

Depois acrescentou:

"Não houve chacina alguma. O que houve foi uma operação em que a polícia entra às 4 e pouco da manhã e tem um bonde fortemente armado saindo. Eles tentaram fazer chacina com a polícia. Foi o inverso. Não há chacina nenhuma ali. A polícia cumpriu o papel dela".

O governador afirmou que houve um trabalho de inteligência da polícia, o que vai continuar para que haja "operações mais bem sucedidas ainda." Ele também disse que não celebra mortes, mas afirmou que a polícia está fazendo o trabalho dela e que não o governo não deixará que "a bandidagem tome conta do Rio de Janeiro."

"A gente vem trabalhando para melhorar a segurança pública. Eu digo sempre: vocês não me viram celebrando morte de ninguém. Só que quem aponta uma arma para polícia aponta uma arma para a sociedade, para cada um de nós. Não tem aspecto de chacina nenhuma. Quem faz chacina é quem aponta arma para a polícia. Isso é um tapa na cara da sociedade", afirmou Castro.

Na quinta-feira passada, três ministros do STF reagiram à tentativa da Polícia Militar do Rio de Janeiro de, após a operação que levou à morte de 23 pessoas na Vila Cruzeiro, responsabilizar a Corte pela migração de criminosos ao estado. A crítica da PM foi uma referência à decisão do STF que primeiramente restringiu ações policiais no estado durante a pandemia, e depois determinou que fosse elaborado um plano para reduzir a letalidade policial. O relator do processo foi o ministro Edson Fachin.

Depois disso, Fachin deu 30 dias para o governo do Rio ouvir a Defensoria Pública, o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre o plano que o estado já havia elaborado para reduzir a letalidade policial no estado. Também determinou que, após essa etapa, o texto passe por consulta pública. O prazo para isso também será de 30 dias. Fachin destacou que o governo estadual não é obrigado a aceitar as sugestões que serão feitas, mas deverá justificar a eventual recusa em acolhê-las.

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