Veja quem são os denunciados na Operação Calígula no Rio de Janeiro
Rede de jogos de azar explorada pelo bicheiro, Rogério de Andrade, e pelo PM reformado, Ronnie Lessa, era acobertada por policiais
A rede de jogos de azar explorada pelo bicheiro Rogério de Andrade e pelo PM reformado Ronnie Lessa e acobertada por policiais manteve uma estrutura organizada e com funções distribuídas entre os integrantes. De acordo com o Ministério Público do Rio (MPRJ), Andrade seria o líder da organização e seu filho, Gustavo de Andrade seria o segundo nome na hierarquia. O esquema envolvia os delegados Marcos Cipriano e Adriana Cardoso Belém, que por anos foi titular da 16ª DP (Barra da Tijuca). A denúncia traz ainda os nomes do policial militar Márcio Araújo de Souza, que teria a responsabilidade de chefiar a segurança da organização criminosa, e do também PM Daniel Rodrigues Pinheiro, chefe direto da segurança de Andrade. Até as 11h desta terça, 11 dos 29 denunciados na Operação Calígula já tinham sido presos por crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O PM reformado Ronnie Lessa — réu pela morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes — também é alvo da operação. De acordo com as investigações, Andrade e Lessa abriram casas de apostas e bingos na Zona Oeste do Rio pelo menos desde 2018. Os agentes ainda cumprem 119 mandados de busca e apreensão.
De acordo com o Ministério Público, Carlos Alexandre Andrade Pires da Silva, primo de Rogério de Andrade, integrava o grupo e seria um importante pilar na organização criminosa, especialmente por atuar diretamente na tomada de território e no exercício da força na atividade ilícita. Já Márcio Garcia da Silva, conhecido como Mug, seria responsável pela gestão dos negócios da contravenção, especialmente em relação ao controle de produtividade financeira, ao adequado funcionamento dos sistemas eletrônicos e à difusão de informações sobre possíveis operações policiais nocivas aos negócios da quadrilha.
Além deles, Jeferson Tepedino Carvalho, vulgo "Feijão", seria o gestor de casas de jogos, além de exercer papel de destaque na segurança e na vida pessoal de Rogério de Andrade, e Amaury Lopes Júnior, vulgo "Amaury Banca" ou "Magrão", seria o responsável pela interlocução com a Polícia Civil, especialmente para viabilizar a instalação de um "grandioso e nefasto esquema corruptivo", segundo o MPRJ.
De acordo com as denúncias oferecidas pelo MPRJ, Rogério e o filho, Gustavo Andrade, comandam uma estrutura criminosa organizada, voltada à exploração de jogos de azar não apenas no Rio de Janeiro, mas em diversos outros estados. De acordo com as denúncias oferecidas pelo MPRJ, Rogério e o filho, Gustavo Andrade, comandam uma estrutura criminosa organizada, voltada à exploração de jogos de azar não apenas no Rio de Janeiro, mas em diversos outros estados. Essa estrutura há décadas exerce o domínio de diversas localidades, fundamentando-se em dois pilares: a habitual e permanente corrupção de agentes públicos e o emprego de violência contra concorrentes e desafetos. A organização criminosa é suspeita de inúmeros homicídios.
Segundo os promotores, a organização estabeleceu acertos de corrupção com funcionários principalmente ligados à Segurança Pública, como agentes da Polícia Civil e da Polícia Militar do Estado do Rio. Esses policiais mantinham contatos permanentes com outros policiais corruptos, "pactuando o pagamento de propinas em contrapartida ao favorecimento dos interesses do grupo liderado por Rogério. Por outro lado, oficiais da PMERJ serviam de elo entre a organização e Batalhões de Polícia, que recebiam valores mensais para permitir o livre funcionamento das casas de aposta do grupo", diz nota do MP.
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