Chuva no RJ: bombeiros registram 480 ocorrências nas últimas 14 horas
A corporação confirmou uma morte em Mesquita. Eduardo Paes pede que evitem deslocamentos desnecessários neste sábado de previsão de chuva fraca a moderada
O Rio amanheceu neste sábado em estágio de mobilização decretado pelo Centro de Operações da prefeitura por causa da chuva . Segundo o Corpo de Bombeiros, foram registradas 480 ocorrências nas últimas 14 horas, entre ameaças de desabamento, deslizamento e alagamento , em locais como Nova Iguaçu, Mesquita e Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
A corporação confirmou a morte de um homem não identificado de aproximadamente 35 anos por volta de meia-noite e meia em Mesquita. A Defesa Civil informou ao G1 que a causa da morte teria sido uma descarga eletrica no Centro do município.
Nas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes pediu que a população evite fazer deslocamentos desnecessários, diante da previsão de chuva fraca a moderada para o dia, de acordo com o Alerta Rio:
"Tivemos uma noite e uma madrugada bastante complexa. O pessoas da prefeitura atuou. Neste momento não temos nenhuma situação mais crítica, mas temos ainda algumas áreas da cidade, principalmente na Zona Oeste mais litorânea, como a região das Vargens, Guaratiba e Jacarepaguá, com situações de alagamentos bem. Na grande Tijuca, o Rio Maracanã já baixou. A tendência é que a gente tenha ainda chuva hoje, de fraca para moderada. Então, meu pedido para vocês é que, por favor, fiquem atentos e se puderem evitem fazer deslocamentos desnecessários".
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Rodovia Rio-Santos (BR 101) segue com vários pontos de interdição parcial e total, devido a deslizamentos e alagamentos diante do elevado volume de chuvas, que seguiu forte na madrugada. Confira alguns pontos de interdição, que ainda não têm previsao de liberação:
km 420,2 – Queda de Árvore (Mangaratiba) interdição parcial
km 426,5 – Queda de Árvore (Mangaratiba) interdição parcial
km 426 – Queda de barreira (Mangaratiba) interdição parcial
km 444 - Queda de Árvore (Mangaratiba) interdição parcial.
km 453 - Queda de árvore (Angra dos Reis) PARE/SIGA, sem filas.
km 459 - Queda de barreira, parcialmente liberado, ambos os sentidos.
km 529 - Parcial (Paraty) sentido crescente
Engarrafamento e caos
No início da noite desta sexta-feira, segundo o COR, a chuva chegou a provocar 230 quilômetros de engarrafamento pelo município, número muito maior que a média para o horário, de 131 quilômetros. Um deslizamento de barreira foi notificado pela Defesa Civil na Estrada do Sumaré, na Tijuca, e outro deslizamento, de terra, ocorreu na Estrada da Gávea Pequena, na altura do Alto da Boa Vista.
Na Zona Norte, uma das regiões mais afetas pelas precipitações desde esta quinta-feira, o Rio Maracanã voltou a transbordar nesta sexta. Em Guaratiba, na Zona Oeste, outro local gravemente afetado nesta quinta, a Avenida Campo Mourão ficou alagada, e só os ônibus estão passando por ela. Ontem, segundo o COR, Guaratiba registrou o maior acumulado em uma hora desde 1997, com 125,6 milímetros, numa medição feita entre 22h15 e 23h15.
A analista de comunicação Natália Veras ficou ilhada no prédio onde trabalha, no Flamengo:
"Precisei vir ao escritório hoje para uma reunião. No fim do expediente começou a chover muito forte e em pouco tempo a rua alagou. Agora não consigo sair do prédio e ainda não sei quando volto para casa."
Por volta das 20h desta sexta-feira, a enfermeira Rebeca França, de 34 anos, ainda aguardava que o nível da água na Rua Professor Abelardo Lobo, na Lagoa, reduzisse. Ela está desde as 16h30 presa no prédio onde trabalha. Segundo a enfermeira, o acúmulo d'água nas ruas atingiu um nível alto rapidamente: a chuva mais intensa começou a cair por volta das 15h30.
"Tenho que ir para o Recreio, mas estou ilhada. Não posso sair com o carro. Vi que um carro tentou atravessar o alagamento, mas não conseguiu e foi arrastado" disse.
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