Os familiares dos seis jovens que desapareceram no mês passado, sem deixar pistas, em Luziânia, cidade goiana do entorno do Distrito Federal, a 66 quilômetros de Brasília, pediram nesta quarta-feira que a Polícia Federal assuma as investigações.
O pedido foi feito durante audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Desaparecimento de Crianças e Adolescentes da Câmara. Até o momento, a Polícia Civil de Goiás conduz os trabalhos sobre o caso. Todos desapareceram de dia, após realizarem atividades de rotina
A irmã de Paulo Victor Vieira de Azevedo, Maria Cristiane de Azevedo Lima, falou em nome de todas as famílias dos adolescentes desaparecidos. Há desespero e indignação. É uma dura e longa peregrinação, disse.
A mãe do adolescente, Sônia Vieira Azevedo, reclamou do ritmo das investigações. Está muito devagar, disse. Chegamos a nossa casa com um cansaço que não estamos mais aguentando. Não estamos brincando. Queremos um fim nessa caminhada, completou.
Durante a audiência, a mãe do adolescente Diego Alves Rodrigues, Aldenira Alves de Souza, pediu mais apoio das autoridades. Ele foi o primeiro a desaparecer, às vésperas do Ano Novo. Peço a ajuda de todos para que nossos filhos voltem para casa. Meu filho foi a uma oficina e não chegou até hoje. Registrei a queixa e ficou só na história, desabafou.
Não é fácil o que estamos passando. Se fosse um acidente e a gente visse o corpo, vendo que morreu, tudo bem. Mas sem saber onde eles estão, o que eles estão passando, não é fácil, afirmou Marisa Pinto Lopes, mãe do adolescente Divino Luiz Lopes da Silva.
A presidente da CPI do Desaparecimento de Crianças e Adolescentes da Câmara, deputada Bel Mesquita (PMDB-PA), afirmou hoje (3) que não apenas a Polícia Civil de Goiás mas as dos demais estados estão despreparadas para tratar de casos de desaparecimento de menores.
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Mães procuram por filhos desaparecidos misteriosamente |
Despreparo
Para a presidente da CPI, deputada Bel Mesquita (PMDB-PA), existe um despreparo da polícia para investigar o caso. O que temos visto em audiências públicas é que não há descaso, mas um despreparo no trato com casos de crianças e adolescentes desaparecidos. Queremos apurar em que momento e de que forma esses casos precisam ser tratados e resolvidos. A Polícia Civil afirma que a situação está sob controle e fez um apelo para que a população evite pânico.
O Ministério Público considera a situação grave e não descarta a hipótese de que haja um grupo de extermínio agindo na região. "Não é a primeira vez que esse tipo de violência contra jovens atinge essa região, e eu temo que não seja a última", disse o promotor de Justiça Ricardo Rangel de Andrade.
(*com informações da Agência Brasil)
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