Bairro Coroadinho, com 53,9 mil moradores, também é reconhecido pela realização de protestos por melhorias urbanas
Quando se faz uma pesquisa de imagens no Google com a palavra “Coroadinho” ou “Bairro do Coroado”, logo se vê imagens de homens mortos, homens presos, revólveres entre outras que fazem referência direta à violência. Apesar de aleatória, o resultado das buscas de imagens apenas refletem a realidade do Coroadinho. A maior favela das regiões Norte e Nordeste e a quarta maior do país disputa o título de região mais violenta da capital do Maranhão, São Luís.
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Segundo o estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a favela do Coroadinho tem 53,9 mil moradores. Número correspondente a aproximadamente 5% de toda a população da capital maranhense. A população do Coroadinho é apenas 23% inferior que o número de moradores da maior favela do País, a Rocinha, no Rio de Janeiro.
A ocupação da Polícia Civil, no entanto, não garantiu totalmente a tranquilidade na favela Coroadinho. Comerciantes e moradores vivem com medo de assaltos ou de serem abordados por bandidos. Casas e estabelecimentos comerciais vivem com grades em portas e janelas. E pessoas de outros bairros evitam visitar amigos ou parentes na região após altas horas da noite.
Taxistas também evitam o bairro com medo de assaltos, principalmente à noite. “Não existe pedágio, mas ninguém se arrisca ir para o Coroadinho depois de oito da noite”, declarou o taxista Mário Ribeiro, de 27 anos. Coroadinho fica às margens da avenida dos Africanos, a principal ligação do aeroporto de São Luís com o Centro Histórico da capital maranhense, mas escondido por lojas de automóveis, farmácias e bares de beira de avenida.
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Apesar da violência, o bairro também é conhecido por terem uma das populações mais combativas de São Luís. Ao menos uma vez por ano, eles interditam a avenida dos Africanos como forma de protesto por melhorias na infraestrutura urbana do bairro. Por conta disso, várias ruas foram asfaltadas e a prefeitura da capital realiza uma obra de drenagem profunda na região.
A Associação dos Moradores do Coroadinho ingressou no ano passado com uma representação no Ministério Público Estadual (MPE) para exigir da prefeitura obras de recuperação de avenidas. A ação tramita na Justiça. O bairro tem poucas escolas de ensino fundamental e nenhum colégio de ensino médio. A rede hospitalar atem-se a uma unidade mista de saúde que faz apenas atendimentos de média complexidade. A unidade mista do bairro sofre constantemente com a falta de médico e de material hospitalar.
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Não existem supermercados de grande porte na favela Coroadinho e o abastecimento local é feito apenas por uma feira sem higiene ou abrigos. O transporte público também é precário com veículos velhos e normalmente lotados. As ruas são estreitas e esburacadas e normalmente após chuvas fortes, há alagamentos. Ironicamente, a via que mais sofre com a falta de drenagem no período chuvoso no Coroadinho é a rua da Felicidade.