Condutor admite que não estava em trem que andou sozinho no Rio

O condutor do trem da SuperVia que andou sozinho por mais de cinco quilômetros no ramal Japeri admitiu nesta terça-feira que estava fora da composição quando ela saiu da estação Ricardo de Albuquerque. Em depoimento à polícia, Márcio José Pereira, de 40 anos, disse que havia saído do trem porque uma luz amarela no painel de controle alertava sobre um problema no penúltimo vagão.

Segundo a polícia, o maquinista relatou que, ao deixar a cabine, ele acionou o freio e caminhou pela linha férrea. Quando estava voltando, o trem começou a andar. Passageiros teriam o alertado que um homem, com uma mochila nas costas, teria deixado a cabine.

Com o depoimento do condutor, a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados trabalha agora com três hipóteses: falha humana, falha técnica ou ação humana intencional, podendo ser caracterizada como vandalismo ou sabotagem. De acordo com a polícia, um laudo técnico que está sendo preparado e imagens feitas por câmeras localizadas na estação Ricardo de Albuquerque irão ajudar nas investigações.

Agência reguladora

A Agência Reguladora de Transportes Públicos do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) recebeu nesta terça-feira um relatório da concessionária SuperVia com as informações preliminares sobre o acidente ocorrido na manhã de segunda-feira. De acordo com a Agetransp, o documento, no entanto, não satisfazem os questionamentos feitos. A agência reiterou em novo ofício a solicitação e lembrou que o atraso na resposta poderá gerar uma penalidade à concessionária.

Segundo o relatório enviado pela SuperVia, uma Comissão de Investigação foi instalada e o laudo técnico com os questionamentos sobre o acidente será entregue à Agetransp em 30 dias. O documento da SuperVia informa, ainda, que a comissão está trabalhando junto à Polícia Civil na apuração dos fatos. Peritos da concessionária estiveram no local e no trem recolhendo dados e depoimentos.

De acordo com relatos de passageiros, um trem do ramal Japeri, que saía da estação Ricardo de Albuquerque, andou por mais de cinco quilômetros sem maquinista na manhã de segunda-feira e só parou, próximo à estação Oswaldo Cruz, porque a energia elétrica foi cortada. No início do trajeto, algumas pessoas pularam da composição, mas não houve feridos.

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