Em meio a ataques, Ceará transfere 20 chefes de facções a presídios federais
Estado pediu ajuda federal e conseguiu 60 vagas em presídios de segurança máxima; cearenses já vivem onda de violência e de atentados há seis dias
O governo do estado do Ceará informou, na noite deste domingo (6), que conseguiu 60 vagas em presídios federais e que um chefe de facção já foi transferido para outro estado. A informação é de que ao menos 20 detentos, todos chefes de facção, serão conduzidos nos próximos dias para as cadeias federais.
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As negociações acerca das vagas foram feitas diretamente entre o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o governador do Ceará , Camilo Santana (PT). Na última sexta-feira (4), o ministro já tinha autorizado o envio de um reforço para a segurança do estado por meio das Forças Nacionais. São cerca de 300 homens e 30 viaturas que devem atuar por 30 dias no estado.
O estado enfrenta, desde a última quarta-feira (2), uma onda de violência. Ao todo, 26 cidades sofreram ataques. Até este domingo, 110 pessoas foram presas e três suspeitos morreram. Os atentados, organizados por facções criminosas com forte atuação dentro dos presídios, seriam uma represália ao anúncio do governo estadual de medidas para endurecer as regras no sistema carcerário estadual.
A identidade dos detentos que serão transferidos não foi divulgada, mas são lideranças das facções que atuam no estado, vinculadas a grupos como o Comando Vermelho (CV) e Guardiões do Estado (GDE). Também não foi informado para quais dos cinco presídios federais os presos estão sendo remanejados. O governo analisa a transferência de mais presos ao longo dos próximos dias.
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A população carcerária do estado já ultrapassa os 29,5 mil detentos, incluindo presos provisórios e aqueles dos regimes semiaberto e fechado. O número total de vagas, no entanto, é de pouco mais de 13 mil, somando todas as unidades prisionais do estado, uma superlotação de quase 60% da capacidade, segundo os dados mais recentes do governo do estado.
Em varredura nos presídios do estado nos últimos dias, foram apreendidos, segundo o governo, cerca de 400 celulares e alguns aparelhos de televisão, em número não informado. Não houve registro de incidentes nas unidades e, em duas delas, as visitas foram suspensas ao longo do fim de semana, por razões de segurança.
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Nesse domingo (6), a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará confirmou a prisão de 110 suspeitos de envolvimento nos ataques criminosos dos últimos dias. A Polícia também informou a morte de ao menos três pessoas, supostamente em confronto com as forças de segurança.
* Com informações da Agência Brasil.