Policiais em greve recusam proposta de reajuste do governo

Cerca de 300 PMs reúnem-se em frente à Assembleia Legislativa em Salvador. Energia do local foi interrompida

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O governo baiano, com o apoio das tropas federais, iniciou, na noite de domingo, a tentativa de desocupação da Assembleia Legislativa, em Salvador, onde policiais militares grevistas acampam, junto com as famílias, desde terça-feira (31), e de cumprimento de 11 mandados de prisão expedidos pela Justiça baiana contra os líderes do movimento, que estão no local.

O abastecimento de energia elétrica no local foi cortado, por volta das 19 horas, e as tropas federais fizeram incursões no entorno do prédio, usando, entre outros veículos, os blindados Urutu do Exército, que chegaram ontem à cidade, e helicópteros. A iluminação de alguns pontos do prédio e dos holofotes instalados do lado externo é mantida por geradores de energia, usados para casos de emergência.

Foto: Arestides Baptista / A Tarde / Futura Press
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Os policiais grevistas dizem não querer confronto com as tropas do Exército ou com os 40 integrantes do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (PF), que chegaram ontem a Salvador para cumprir os mandados de prisão, mas avisam que vão responder eventuais atos de violência com violência.

Proposta de reajuste

Cerca de 300 PMs amotinados aglomeram-se na frente da Assembleia. "Chamem seus colegas, esta é uma noite fundamental para nossa luta", disse o líder da greve, o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), em discurso feito por volta das 21h30. De acordo com ele, o comando da PM do Estado teria feito uma proposta pelo fim do movimento e da ocupação. "Falei com o coronel Alfredo Castro (comandante-geral da PM) e ele propôs anistia total e irrestrita a todos os companheiros grevistas, a incorporação de duas gratificações aos salários e a revogação de todos mandados de prisão, menos o meu", disse, aos PMs que estão no local.

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Em seguida, Prisco perguntou aos grevistas se aceitavam a proposta. Eles negaram. Segundo o governo, porém, não foi feita nenhuma proposta aos amotinados. "A única proposta do governo é: voltem a trabalhar", rebateu o secretário de Comunicação, Robinson Almeida. "Os mandados de prisão serão cumpridos, mais cedo ou mais tarde. Isso já saiu da esfera do Estado, é uma determinação do governo federal.

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