
Mais de 8 milhões de pessoas saíram da pobreza entre 2023 e 2024, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (3).
Segundo o órgão, a proporção da população na pobreza reduziu de 27,3% (2023) para 23,1% (2024) . Ainda de acordo com o IBGE, essa redução só foi possível devido aos programas sociais.
"Sem os benefícios de programas sociais, a proporção de pessoas na extrema pobreza subiria de 3,5% para 10,0% da população, enquanto a proporção da pobreza aumentaria de 23,1% para 28,7% em 2024" , explica o instituto.
Essa diminuição foi a terceira registrada, a partir dos parâmetros propostos pelo Banco Mundial. O índice vem diminuindo anualmente, desde 2022, após atingir o percentual mais alto em 2021, em meio à pandemia de Covid-19.
Ausência de programas sociais triplicaria extrema pobreza
Ainda segundo o levantamento do IBGE, no contexto em que não existissem os programas de benefícios sociais, a extrema pobreza triplicaria .
"De 3,5% para 10,0% de pessoas extremamente pobres na população do país. A ausência dos programas sociais governamentais também elevaria a proporção de pessoas pobres na população de 23,1% para 28,7%", aponta o órgão.
O IBGE salienta que a manutenção dos valores pagos através programa Bolsa Família, do governo federal, superior ao período pré-pandemia, colaborou para a continuidade dessa redução .
Em recorte regional, os dados mostram que o Nordeste teve o maior recuo na proporção de pobres (47,2% em 2023 para 39,4% em 2024). Em contraponto, a região Sul apresenta a menor diminuição do país (11,2%).
Pretos, pardos e mulheres apresentam as maiores proporções
O estudo também expõe que a pobreza atinge mais as mulheres (20%) do que os homens (22,2%) . Ademais, o índice de mulheres pretas ou pardas na pobreza e extrema pobreza, respectivamente, é de 4,5% e 30,4%.
Já pessoas pardas e pretas enfrentam índices altos de, respectivamente, 29,8% e 25,8%.

Renda insuficiente para os trabalhadores
O instituto também analisou trabalhadores que vivem em domicílios pobres. Os dados apontam que, em 2024, cerca de 12 milhões trabalhadores estavam em situação de pobreza
. Nesse mesmo período, 585 mil pessoas com ocupação
viviam em situação de extrema pobreza.
Entre os desempregados os índices são mais preocupantes . O levantamento apresenta que 47,6% dos desocupados e 27,8% das pessoas fora do mercado são pobres.