
A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, pela primeira vez, o lançamento do míssil Meteor, considerado um dos mais letais da atualidade e o mais avançado no cenário sul-americano.
O lançamento ocorreu durante o Exercício Técnico ( EXTEC ) BVR-X, em Natal, durante o mês de novembro, e teve como plataforma o caça F-39E Gripen.
Meteor e sua capacidade letal

O Meteor é um míssil do tipo BVR ( Beyond Visual Range ), que significa “além do alcance visual” , projetado para atingir alvos a longas distâncias como caças, Veículos Aéreo Remotamente Pilotados ( VARP ) e mísseis de cruzeiro, mesmo em ambientes com forte uso de contramedidas eletrônicas.
A eficiência desse míssil está diretamente ligada à motorização. Nos mísseis convencionais, os foguetes equipados podem atingir velocidades supersônicas, mas perdem potência em poucos segundos, fazendo com que a capacidade de o míssil alterar sua rota em busca do alvo ou de fazer manobras vá se perdendo.
Já o Meteor utiliza o foguete no lançamento, mas conta também com um motor ''ramjet” , capaz de ajustar a velocidade e o consumo de combustível ao longo do voo, acelerando na fase final, momento em que o alvo fica praticamente sem chances de escapar (escape zone).
O equipamento é produzido pela fabricante europeia MBDA e conta com um link de dados bidirecional que possibilita à aeronave de lançamento enviar atualizações de trajetória em pleno curso ou redirecionamento, inclusive com dados de outras aeronaves.
Países como Espanha, França, Reino Unido e Suécia já utilizam o equipamento em suas forças aéreas.
Especificações técnicas do míssil Meteor:
O míssil Meteor pesa 190 quilos e possui 3,7 metros de comprimento e 178 mm de diâmetro. A capacidade de lançamento desse modelo pode ser realizada tanto por trilhos quanto por ejeção.
Sua propulsão é feita por um foguete de combustível sólido com fluxo variável em dutos, e a detecção é realizada por busca ativa em radiofrequência.
Além disso, o Meteor conta com navegação e guiamento inercial de curso médio com Data Link, operando de forma autônoma por posição futura. A ogiva é do tipo fragmentação por explosão, e a espoleta combina modos de impacto e proximidade por radiofrequência.
Lançamento do míssil
O lançamento do míssil teve como objetivo principal desenvolver e aprimorar as capacidades operacionais da Força Aérea no uso de armamentos além do alcance visual (BVR).
O exercício em questão envolveu dois disparos reais do míssil Meteor, realizados a partir da aeronave F-39E Gripen contra alvos aéreos manobráveis Mirach 100/5, que simularam perfis de voo de caças em alta velocidade e altitude, criando um ambiente desafiador para testar a precisão do míssil.
Segundo a FAB, o sucesso do EXTEC confirmou que o binômio F-39 Gripen e Meteor é o pilar fundamental para que a FAB cumpra sua missão de defesa da pátria.
Participaram do Exercício de treinamento as equipes do Primeiro Grupo de Defesa Aérea ( 1º GDA ), com quatro aeronaves F-39E Gripen e o Grupo Logístico de Anápolis ( GLOG-AN ), responsável por toda a preparação técnica e logística antes e depois dos voos.
As equipes receberam treinamento prévio com apoio da fabricante SAAB em Anápolis (GO).
A MBDA, empresa responsável pela fabricação do míssil, também participou do exercício, fornecendo conhecimento técnico especializado em conjunto com o Instituto de Aplicações Operacionais ( IAOp ), da Força Aérea Brasileira.