Bolsonaro cita "surto" como motivo para tentar tirar tornozeleira

Ex-presidente, que foi preso no sábado (22), fez o relato durante audiência de custódia

Bolsonaro revela 'surto' ao tentar tirar tornozeleira eletrônica
Foto: Lula Marques / Agência Brasil
Bolsonaro revela 'surto' ao tentar tirar tornozeleira eletrônica

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de uma audiência de custódia na tarde deste domingo (23), em Brasília, que teve duração aproximada de 30 minutos. Durante a oitiva, ele afirmou ter sofrido um “surto” e negou que tivesse qualquer intenção de deixar o país ou descumprir as determinações judiciais.

"Depoente [Bolsonaro] afirmou que estava com 'alucinação' de que tinha alguma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa" , diz a ata procotolada pelo ministro Alexandre de Moraes.

Na sessão, o ex-presidente declarou acreditar que o episódio teria relação com o uso de medicamentos, versão que foi registrada no procedimento conduzido pela Justiça.

Após a realização da audiência, o Supremo Tribunal Federal decidiu manter e homologar a prisão preventiva, confirmando a decisão que havia sido tomada no sábado, após a detenção realizada pela Polícia Federal.

O objetivo da audiência foi verificar se a prisão ocorreu dentro dos parâmetros legais e se foram respeitadas as garantias do investigado no momento do cumprimento da ordem judicial.

Antes da audiência, Bolsonaro recebeu a visita do médico Cláudio Birolini e do advogado Daniel Tesser. O ex-presidente permanece sob acompanhamento médico contínuo por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

Entenda prisão de Bolsonaro

Na determinação que fundamentou a ação da Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes citou uma vigília sugerida por filhos e familiares do ex-presidente , além da tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, como dispositivos para decretar a prisão. De acordo com o despacho, a ação serviria como risco à ordem pública.

Bolsonaro terá direito a mais uma defesa, que deverá ser apresentada até a segunda-feira (24). Em caso de rejeição, o ex-presidente começaria a cumprir a pena de condenação inicial, de 27 anos e três meses de prisão.