
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de uma audiência de custódia
na tarde deste domingo (23), em Brasília, que teve duração aproximada de 30 minutos. Durante a oitiva, ele afirmou ter sofrido um “surto” e negou que tivesse qualquer intenção de deixar o país ou descumprir as determinações judiciais.
"Depoente [Bolsonaro] afirmou que estava com 'alucinação' de que tinha alguma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa" , diz a ata procotolada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Na sessão, o ex-presidente declarou acreditar que o episódio teria relação com o uso de medicamentos, versão que foi registrada no procedimento conduzido pela Justiça.
Após a realização da audiência, o Supremo Tribunal Federal decidiu manter e homologar a prisão preventiva, confirmando a decisão que havia sido tomada no sábado, após a detenção realizada pela Polícia Federal.
O objetivo da audiência foi verificar se a prisão ocorreu dentro dos parâmetros legais e se foram respeitadas as garantias do investigado no momento do cumprimento da ordem judicial.
Antes da audiência, Bolsonaro recebeu a visita do médico Cláudio Birolini e do advogado Daniel Tesser. O ex-presidente permanece sob acompanhamento médico contínuo por determinação do ministro Alexandre de Moraes.
Entenda prisão de Bolsonaro
Na determinação que fundamentou a ação da Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes citou uma vigília sugerida por filhos e familiares do ex-presidente , além da tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, como dispositivos para decretar a prisão. De acordo com o despacho, a ação serviria como risco à ordem pública.
Bolsonaro terá direito a mais uma defesa, que deverá ser apresentada até a segunda-feira (24). Em caso de rejeição, o ex-presidente começaria a cumprir a pena de condenação inicial, de 27 anos e três meses de prisão.