
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribuna Federal (STF) determinou, nesta sexta-feira (21), a prisão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL) após a Polícia Federal levantar suspeitas de que o parlamentar deixou o Brasil de forma clandestina. A informação foi divulgada pela GloboNews.
O ex-diretor da Abin estaria em Miami, nos Estados Unidos, sem comunicar a Câmara dos Deputados, segundo investigação revelada pelo portal PlatôBR.
Ramagem foi condenado a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão no julgamento do processo da trama golpista, em 11 de setembro.
Há informações indicando que Ramagem pode ter cruzado a fronteira por um país vizinho, driblando o controle migratório para chegar aos Estados Unidos.
Ele teria viajado de avião para Boa Vista (RR), de onde partiu de carro, em uma viagem clandestina em direção à fronteira, e seguiu para outro país.
A Polícia Federal investiga se a rota de saída teria sido pela fronteira com a Venezuela ou com a Guiana, com um carro alugado em Boa Vista. Os dois países fazem fronteira com o Brasil por Roraima.
Embora estivesse proibido de deixar o país por ordem do Supremo, não há registro de autorização oficial para a viagem.
A Câmara informou que não recebeu comunicação sobre deslocamento internacional e que o deputado não integra missão oficial no exterior.
Declarou também que o deputado apresentou atestados médicos nos períodos de 9 de setembro a 8 de outubro; e de 13 de outubro a 12 de dezembro.
Um documento protocolado na Câmara mostra que Ramagem pediu à Casa um celular no modo roaming internacional na terça-feira (18) para participar, de forma remota, da votação do Projeto Antifacção.
As regras, no entanto, não permitem exercício do mandato a partir de outro país.
Solicitação do PSol
Na última quarta-feira (19), o PSOL pediu ao STF e à Polícia Federal a prisão do deputado federal, alegando que ele havia fugido do Brasil para não cumprir a pena.
Também solicitou, no mesmo documento, prisão e de outros condenados pelo núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado, mencionando os nomes do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e os ex-ministros Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres.
A legenda solicitou ainda que, caso se confirme que Ramagem está fora do país, o STF determine providências para localizá-lo e assegurar seu retorno.
No entanto, a prisão preventiva de Ramagem já havia sido decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, após pedido sigiloso da PF.
O Portal iG tentou contato com a defesa de Alexandre Ramagem, mas, até o momento, não obteve resposta. O espaço segue aberto.