Bioeconomia e economia circular da Amazônia são destaque na COP30

O evento evidencia como pequenos negócios podem ser protagonistas da sustentabilidade

Stand Brasil Biomarket.
Foto: Michelle Valente / enviada especial do Portal iG
Stand Brasil Biomarket.

Enquanto a COP30 entra em sua reta final com o debate focado no financiamento climático, micro e pequenos empreendedores do Pará e de outros estados da Amazônia estão liderando um movimento crucial para o planeta e para o desenvolvimento da região.

“O Pará é um dos líderes desse movimento. Aqui, centenas de pequenos negócios baseados na biodiversidade estão dando uma demonstração prática de como a natureza precisa estar no centro das soluções climáticas” , afirma Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae no Pará. Segundo ele, o Sebrae criou a En-zone, paralelamente à COP30, reunindo negócios que representam cadeias produtivas que vão da cosmética sustentável ao alimento funcional da floresta.

Para Magno, os empreendedores amazônicos provam, com seus produtos, que a conservação é, de fato, um modelo de negócios rentável e inclusivo. “O desenvolvimento da bioeconomia está transformando os micro e pequenos negócios em guardiões da floresta, pois dependem de suas riquezas para prosperar. Nós temos a biodiversidade e o empreendedor; agora, a COP30 precisa garantir que o mundo crie as condições necessárias para o fomento à nova sociobioeconomia da Amazônia como estratégia climática” , ressalta.

Entre os empreendedores está Cleide Ornela, que atua há dois anos na moda circular com a plataforma Combinô, dedicada à venda e aluguel de roupas, e na bioeconomia com a TexBi, empresa de logística reversa têxtil que transforma resíduos em biomassa para aplicações decorativas e de design funcionais.

Também participa do movimento a Syane Melo, que é proprietária da Pink Limão Cosmetics, ela destaca a importância de trazer ao consumidor produtos com ativos amazônicos de visibilidade internacional. “É uma grande oportunidade levar linhas como a de açaí, com sabonete, esfoliante e óleo de banho corporal, e a de castanha do Pará, com manteiga de cupuaçu, óleo bifásico e creme de banho, que são diferenciais no mercado” , afirma Syane.

Seu sócio no empreendimento, Silvio Calsolari complementa: “Buscamos matérias-primas com laudos, rastreabilidade e praticando um bom comércio, onde todos ganham: quem extrai, o empreendedor, o consumidor e o meio ambiente. Nosso esfoliante, por exemplo, não utiliza mais microesferas plásticas, mas microesferas do caroço do açaí.”

O evento evidencia como pequenos negócios podem ser protagonistas da sustentabilidade, unindo conservação ambiental, inovação e desenvolvimento econômico, e colocando a Amazônia como referência global em soluções climáticas.