
A influenciadora digital Melissa Said , conhecida nas redes sociais como “Ervoafetiva”, foi presa nesta quinta-feira (23) em Salvador (BA), durante a Operação Erva Afetiva, deflagrada pela Polícia Civil da Bahia para desarticular um grupo criminoso investigado por apologia e comercialização de drogas nas redes sociais.
A prisão ocorreu no bairro de Itapuã, onde a influenciadora foi localizada na casa de uma amiga, após diligências ininterruptas realizadas por equipes da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (1ª DTE/Atlântico), vinculada ao Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
Com a captura, subiu para cinco o número de presos ligados ao grupo investigado. Outros quatro suspeitos foram detidos — dois em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, e dois no estado de São Paulo, todos em cumprimento a mandados de prisão temporária. Um dos homens presos em Lauro de Freitas também foi autuado em flagrante por tráfico de drogas, conforme informou a corporação.
Apontada como articuladora do grupo
De acordo com as investigações, Melissa Said era a principal articuladora do esquema. A influenciadora, que acumula mais de 300 mil seguidores, usava seu alcance nas redes sociais para incentivar o uso de entorpecentes, orientar seguidores sobre como driblar fiscalizações policiais e até comercializar maconha adquirida de fornecedores localizados na Bahia e em São Paulo.
As apurações apontam ainda que Melissa chegou a distribuir “kits” com cigarros de maconha nas ruas durante o Natal de 2023, em um ato de autopromoção. Em outra ocasião, ela já havia sido flagrada com uma porção de droga no aeroporto e conduzida a uma unidade policial.
As investigações sobre o grupo começaram em 2024, com o objetivo de rastrear perfis e postagens que faziam apologia ao tráfico de drogas e ao consumo de maconha. Segundo a polícia, as publicações e vídeos compartilhados pela influenciadora incentivavam práticas criminosas, muitas vezes disfarçadas de conteúdo “educativo” sobre uso recreativo.
Operação Erva Afetiva
A Operação Erva Afetiva teve início na quarta-feira (22), quando agentes cumpriram dez mandados de busca e apreensão — cinco em Salvador e cinco em São Paulo —, além de cinco mandados de prisão.
A ação é resultado de um trabalho conjunto de inteligência e monitoramento realizado pelo Denarc, que conseguiu identificar o paradeiro da influenciadora após dias de acompanhamento. Segundo o diretor do departamento, Ernandes Reis, a prisão foi executada de forma segura e sem incidentes.
A influenciadora foi levada à sede do Denarc, onde será interrogada e as medidas judiciais cabíveis serão adotadas. A Polícia Civil informou que o grupo criminoso utilizava as redes sociais para divulgar, vender e fazer apologia ao uso de entorpecentes, além de articular a distribuição de drogas entre a Bahia e São Paulo.
Influência digital e apologia nas redes
O caso reacende o debate sobre o papel das redes sociais na propagação de conteúdos ligados ao tráfico e ao consumo de drogas. Especialistas em segurança pública apontam que, embora o ambiente digital tenha se tornado uma ferramenta para comunicação e expressão, também é usado por grupos criminosos para atrair novos públicos e disfarçar atividades ilícitas.
Melissa Said, por exemplo, ficou conhecida por abordar temas ligados à “maconha afetiva” e ao “uso consciente da erva”, mesclando linguagem terapêutica com postagens de apologia direta. Em seus perfis, ela frequentemente se apresentava como defensora da legalização da maconha, mas, segundo a investigação, usava o discurso como fachada para vender e distribuir entorpecentes.
Cinco pessoas já foram presas
Com a detenção da influenciadora, cinco pessoas foram presas até o momento em cumprimento aos mandados judiciais. A Polícia Civil não descartou a possibilidade de novas prisões e afirmou que o caso segue em investigação.
As diligências continuam para identificar outros integrantes e colaboradores do grupo criminoso, que operava de forma interestadual e mantinha contato direto com fornecedores em São Paulo.
Melissa Said permanece sob custódia e deve responder por tráfico de drogas, associação ao tráfico e apologia ao uso de entorpecentes.
Nota da Polícia Civil da Bahia na íntegra
"Influenciadora digital é presa na Operação Erva Afetiva, no bairro de Itapuã, em Salvador
Com a prisão, sobe para cinco o número de presos ligados a um grupo criminoso que fazia apologia e venda de drogas nas redes sociais.
Após diligências ininterruptas realizadas por equipes da Polícia Civil, a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes 1ª DTE/Atlântico, vinculada ao Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (DENARC), prendeu, nesta quinta-feira (23), a influenciadora digital que se encontrava foragida da Justiça, principal alvo da Operação Erva Afetiva.
A investigada foi localizada em um imóvel situado no bairro de Itapuã, em Salvador, onde estava escondida na casa de uma amiga. A suspeita foi encaminhada à sede do DENARC, onde passará por interrogatório e será adotado o cumprimento das medidas judiciais cabíveis.
A operação foi iniciada ontem (22), com o objetivo de desarticular um grupo criminoso com atuação interestadual envolvido com o tráfico de drogas, que contava com a participação da influenciadora, investigada por apologia ao uso de entorpecentes e associação ao tráfico. Ao todo, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, sendo cinco em Salvador e cinco em São Paulo, além de cinco mandados de prisão.
A influenciadora, presa em Salvador, estava entre os alvos. Dois homens foram capturados em Lauro de Freitas e dois no estado de São Paulo, em cumprimento a ordens judiciais de prisão temporária. Um deles, localizado em Lauro de Freitas, também foi autuado em flagrante por tráfico de drogas.
A suspeita, que possui mais de 300 mil seguidores, é apontada como articuladora do grupo. As investigações, iniciadas em 2024, indicam que ela incentivava o transporte e o consumo de drogas, orientando seus seguidores sobre como despistar a atuação policial durante viagens e deslocamentos.
A mulher já havia sido conduzida anteriormente a uma unidade policial, após ser flagrada com uma porção de droga no aeroporto. Nas plataformas digitais, fazia apologia ao uso de entorpecentes e utilizava seu alcance para comercializar maconha, com fornecedores identificados na Bahia e em São Paulo. As apurações ainda apontam que ela comprava a droga e repassava a alguns seguidores por meio de contatos em redes sociais. Em uma ocasião, no período natalino, a investigada distribuiu “kits” com cigarros de maconha nas ruas, em ato de autopromoção.
De acordo com o diretor do DENARC, Ernandes Reis, “a prisão é fruto de trabalho contínuo de inteligência policial e monitoramento, que permitiram identificar o paradeiro da suspeita e realizar a captura de forma segura e sem incidentes”.