
A Polícia Civil de São Paulo (PCSP) localizou nesta sexta-feira (10) uma fábrica clandestina de bebidas de onde teriam saído garrafas adulteradas que causaram a morte de duas pessoas, por intoxicação de metanol. O imóvel fica em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo. A operação cumpre mandados de busca e apreensão em diferentes estabelecimentos.
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De acordo com a polícia, a fábrica utilizava etanol de posto de combustíveis na fabricação irregular das bebidas alcoólicas. O etanol, por sua vez, estaria misturado a metanol , substância altamente tóxica e proibida para consumo humano.
Ligação com mortes

Os dois primeiros óbitos registrados em São Paulo , vítimas de intoxicação por metanol presente em bebidas alcóolicas, foram em um mesmo estabelecimento comercial da zona leste de São Paulo. Durante as investigações, a polícia chegou até o fabricante, que teve produção clandestina desmantelada.
Os agentes chegaram até o local após investigarem a morte da primeira vítima por intoxicação. O homem passou mal em 12 de setembro e morreu quatro dias depois. No bar onde ele consumiu a bebida, foram apreendidas nove garrafas, das quais em oito os peritos detectaram a presença de metanol, com percentuais que variavam de 14,6% a 45,1%.
A proprietária do local foi presa em flagrante e deve responder por falsificação, corrupção, adulteração de substâncias ou produtos alimentícios tornando-os nocivos à saúde ou diminuindo seu valor nutritivo. A pena para esses crimes é de reclusão de 4 a 8 anos e multa.
O Portal iG entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e com a PCSP para mais informações. A reportagem será atualizada assim que tivermos resposta.
Interdição de uma segunda fábrica clandestina
Ainda nesta sexta, uma segunda fábrica clandestina foi descoberta e interditada, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP). No local, eram produzidas cachaças sem alvará de funcionamento.
O responsável pelo local, um homem de 44 anos, foi preso em flagrante pelo crime de falsificação de produto destinado a consumo humano. A Polícia Civil encontrou no local tonéis cheios de líquidos sem identificação, além de garrafas, tampas, rótulos e materiais utilizados para envase e rotulagem.
O ambiente apresentava condições insalubres, com sinais de presença de insetos e roedores, além de um frasco contendo produtos altamente tóxicos e impróprios para qualquer processo de produção de bebidas. Até o momento, as duas fábricas clandestinas não possuem ligação uma com a outra.
Além de São Bernardo do Campo e São José dos campos, endereços em São Caetano do Sul e na capital paulista também foram vistoriados. Ao todo, oito suspeitos foram encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos. Garrafas, bebidas, aparelhos celulares e outros itens foram apreendidos.