BR-040 tem nova concessionária depois de 29 anos

Trechos entre Rio de Janeiro e Juiz de Fora passam a ser administrados por novas empresas após relicitação

O trecho entre Juiz de Fora (MG) e Rio de Janeiro (RJ) esteve sob gestão da Concer desde 1996
Foto: Reprodução
O trecho entre Juiz de Fora (MG) e Rio de Janeiro (RJ) esteve sob gestão da Concer desde 1996
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A BR-040, em um trecho de 180 km, passou a ser operada por nova concessionária em 2025, após processos de relicitação conduzidos pelo Ministério dos Transportes e pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

O trecho entre Juiz de Fora (MG) e Rio de Janeiro (RJ) esteve sob gestão da Concer desde 1996, uma das mais antigas do país.. Nesse período, obras importantes, como a Nova Subida da Serra de Petrópolis, foram paralisadas em 2016, após questionamentos do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre custos e repasses.

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No leilão realizado em setembro de 2024, o grupo francês Vinci Highways venceu a disputa pelo trecho de 594,8 quilômetros entre Minas Gerais e Goiás. A operação, sob a responsabilidade da concessionária Via Cristais, começou em março deste ano, após assinatura do contrato em janeiro.

O compromisso prevê R$ 12 bilhões de investimentos, sendo R$ 6,4 bilhões nos sete primeiros anos, com obras de recuperação de pavimento, reforço de sinalização, drenagem e intervenções em pontos considerados críticos, como curvas em Sete Lagoas e Contagem.

Já o trecho de 218,9 quilômetros entre Juiz de Fora e o Rio de Janeiro, incluindo a BR-495 até Itaipava, foi leiloado em abril de 2025. O Consórcio Nova Estrada Real, liderado pela Construcap, venceu a disputa com oferta de 14% de desconto sobre a tarifa básica de pedágio.

A concessionária Elovias S.A. passou a administrar o trecho em outubro, após assinatura do contrato em Petrópolis, no Rio de Janeiro. A transferência da gestão da Concer deve ocorrer em até 30 dias após a formalização.

Investimentos

Também estão previstas duplicações de pistas
Foto: Divulgação
Também estão previstas duplicações de pistas


Os investimentos previstos para esse segmento somam R$ 8,8 bilhões, com destaque para a retomada da Nova Subida da Serra de Petrópolis, com prazo de até seis anos para conclusão.

Também estão previstas duplicações de pistas, construção de túneis, passarelas, vias marginais e a recuperação do Mirante do Belvedere, fechado desde 2013.

As tarifas de pedágio voltaram a ser cobradas em março de 2025 no trecho MG/GO, em sete praças, com valores reajustados anualmente pelo IPCA. A base inicial é de R$ 0,12405 por quilômetro em pista simples.

Em Minas Gerais e Rio de Janeiro, a tarifa mínima inicial foi estabelecida em R$ 18, também com correções anuais.

O contrato prevê deslocamento da praça de pedágio de Simão Pereira, interior de Minas Gerais para Comendador Levy Gasparian, interior do Rio de Janeiro no primeiro ano de operação. Usuários frequentes terão acesso a descontos progressivos, conforme previsto em normas da ANTT.

As novas concessões têm previsão de geração de 5 mil empregos diretos durante a execução das obras. Os contratos também incluem a implantação de monitoramento 24 horas, iluminação em LED em trechos urbanos, barreiras de proteção e duplicações em áreas de tráfego intenso.

Segundo dados da ANTT, os projetos devem facilitar o escoamento de cargas agrícolas e minerais, além de melhorar a logística de acesso ao Porto do Rio de Janeiro.

Os contratos passam por acompanhamento do TCU e do Ministério dos Transportes para evitar interrupções semelhantes às ocorridas em concessões anteriores.

Minas x Goiás

Já o segmento entre Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, e Cristalina, interior de Goiás, foi administrado pela Via 040 a partir de 2014.

Mas o contrato foi encerrado em 2024 por descumprimento de obrigações, retornando temporariamente ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).