
A Universidade de Brasília (UnB) expulsou o youtuber Wilker Leão de Sá, que cursava História na instituição, após a conclusão de um processo disciplinar discente (PDD) que analisou sua conduta em sala de aula. A decisão foi publicada na noite de quinta-feira (4) e confirmada pela reitoria da UnB nesta sexta-feira (5).
Conhecido por gravar professores e colegas sem autorização e publicar os vídeos em tom de crítica nas redes sociais, o aluno foi considerado reincidente em faltas graves e está impedido de realizar novos registros de matrícula.
O comunicado afirma que o ato segue as recomendações do relatório final do processo disciplinar e o parecer da Procuradoria Federal junto à instituição. "Cabe recurso", diz a nota assinada pela reitora Rozana Reigota Naves.
"A Universidade de Brasília (UnB) informa que, após o despacho decisório no âmbito do processo disciplinar discente, o estudante Wilker Leão de Sá foi excluído da instituição e está impedido de realizar novos registros de matrícula. Cabe recurso. O ato está em conformidade com as recomendações do relatório final do PDD e o parecer da Procuradoria Federal junto à UnB", diz a nota.
Com mais de 940 mil inscritos no YouTube e mais de 2 milhões de seguidores em todas as redes, Leão dizia que escolheu História "justamente por ser um dos cursos que a esquerda mais dominou com suas narrativas ideológicas e doutrinárias", e que seu objetivo seria "combater isso" dentro da universidade.
Ele já estava suspenso desde o ano passado, enquanto respondia ao procedimento administrativo. À época, a UnB afirmou que as gravações atrapalhavam o andamento das aulas e o aprendizado dos demais alunos.
Além disso, em abril, ele e outros militantes chegaram a convocar um ato no campus que, segundo a instituição, estimulava violência contra outros estudantes.
Infrações
De acordo com a decisão judicial, divulgada pelo g1, Wilker cometeu infrações como:
- reincidir em falta passível da pena máxima de suspensão;
- caluniar, injuriar e difamar membros da comunidade universitária;
- desacatar professores, alunos e técnicos;
- praticar atos que violam direitos humanos;
- adotar condutas incompatíveis com os valores da Universidade.
Ele também já havia sido condenado pela Justiça do Distrito Federal, em agosto, por difamação e injúria contra um professor da disciplina de História da África.
Segundo a sentença, ele gravou e divulgou vídeos das aulas com comentários ofensivos, em que chamava o docente de "comunista" e o acusava de "doutrinação".
A juíza entendeu que houve "violação à honra objetiva" do professor. Leão foi condenado a 2 anos e 3 meses de prisão em regime aberto, mas a pena foi convertida em duas multas de 15 salários mínimos.
O iG procurou Wilker Leão via redes sociais para comentar a decisão da UnB, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.