Torta envenenada em BH: dono de padaria e padeiro são indiciados

Torta de frango vendida no estabelecimento causou a morte de uma idosa de 75 anos e deixou familiares dela hospitalizados por mais de um mês

Torta foi preparada com alimentos impróprios para consumo
Foto: Reprodução/Pinterest
Torta foi preparada com alimentos impróprios para consumo

O dono e o padeiro de uma padaria da Região da Pampulha, em Belo Horizonte, foram  indiciados pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) pelos crimes de homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal culposa, após a intoxicação de três pessoas que consumiram uma torta de frango feita no local em abril deste ano.

As vítimas foram Fernanda Isabella de Morais Nogueira, de 23 anos, o namorado dela, José Vitor Carrillo Reis, de 24, e a avó, Cleuza Maria de Jesus Dias, de 78. O casal ficou internado em estado grave por quase três meses e recebeu alta em julho. Já Cleuza morreu dias após ser hospitalizada.

De acordo com a PCMG, a perícia confirmou que o alimento estava impróprio para consumo por falhas de armazenamento e manipulação. Além disso, exames feitos pela Vigilância Epidemiológica e outras autoridades ajudaram a concluir que houve intoxicação por toxina botulínica . O inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça.

Padaria interditada

Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, a Padaria Natália funcionava sem alvará sanitário e não estava registrada no sistema municipal. O estabelecimento foi interditado pela Vigilância Sanitária.

O dono do estabelecimento se apresentou voluntariamente à polícia e negou envolvimento no crime. Ele também disse ter contratado o padeiro que fez a torta como freelancer, sem registro formal, e disse que ele trabalhava lá por apenas seis dias.


Em nota, o advogado do padeiro disse que recebeu a notícia do indiciamento com “surpresa e tristeza”, segundo informações do portal "G1".

Relembre o caso

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga um caso de envenenamento ocorrido em Belo Horizonte em abril, após três pessoas apresentarem sintomas graves de intoxicação alimentar, entre elas, uma morte posterior. As vítimas consumiram alimentos adquiridos em uma padaria localizada no bairro Serrano, na região noroeste da capital.

O dono do estabelecimento foi conduzido à delegacia, onde prestou depoimento. Ele afirmou que a produção da torta foi feita por um padeiro contratado exclusivamente para o fim de semana.

O funcionário temporário não teve seus dados registrados e foi pago em espécie. Sua identidade permanece desconhecida até o momento, o que dificulta o rastreamento e eventual responsabilização.

Os produtos são preparados aos sábados, segundo o relato de empregados, e armazenados em freezer para posterior venda durante a semana. Há relatos de que o grupo também consumiu empadas, o que amplia o escopo da apuração.