Zeli dos Anjos , sobrevivente do caso do bolo envenenado com arsênio , revelou detalhes sobre a personalidade da nora, Deise Moura dos Anjos , principal suspeita do crime que matou quatro pessoas da mesma família em Torres (RS) . Em entrevista ao programa "Fantástico", da TV GLOBO, Zeli afirmou que sempre soube que a nora "era má", mas nunca imaginou que pudesse cometer um crime dessa gravidade.
"Eu sabia que ela fazia maldades, mas nunca que fosse chegar a um nível desses", disse Zeli, que perdeu duas irmãs e uma sobrinha após a ingestão do bolo contaminado com arsênio, em 23 de dezembro de 2023.
Na ocasião, sete pessoas da família participaram da confraternização e passaram mal logo após comerem as primeiras fatias do bolo de reis, uma tradição da família. Zeli e outras três vítimas sobreviveram. Seu marido, que não consumiu o alimento, foi o único da família a sair ileso.
A investigação revelou que Deise Moura dos Anjos teria realizado buscas na internet sobre venenos letais, incluindo "arsênio", "veneno para o coração" e "veneno para matar humanos".
Segundo a polícia, ela comprou o veneno ao menos duas vezes e o utilizou para contaminar alimentos consumidos pelos sogros em uma tentativa anterior, em agosto de 2023. Paulo Luiz dos Anjos, marido de Zeli, faleceu poucos dias depois, mas na época a causa foi atribuída a "infecção alimentar".
Os depoimentos colhidos pela polícia indicam que Deise mantinha uma relação conturbada com a sogra. "Ela mesma disse que chamava a sogra de 'naja' e riu depois", contou o delegado Marcos Vinícius Muniz Veloso, responsável pelo caso.
Morte de Deise na prisão
Deise Moura dos Anjos foi encontrada enforcada em sua cela na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba na manhã do dia 13 de fevereiro. De acordo com a delegada Karoline Calegari, que confirmou a informação ao Portal iG , agentes penitenciários chegaram a prestar os primeiros socorros ao perceberem que ela ainda estava viva , mas a suspeita não resistiu.
Último sinal
Deise Moura dos Anjos escreveu um recado antes de ser encontrada desacordada dentro da cadeia . A informação é do chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, em entrevista à RBS TV na última quinta-feira (13).
"Ela [ Deise ] deixou um escrito, que nós estamos apurando ainda detalhes, no local. Tipo um desabafo, se dizendo inocente, dizendo que era uma pessoa que estava em sofrimento, em depressão", afirmou Sodré à TV.
Em entrevista ao portal "Metrópoles", o chefe da Polícia Civil disse que a mulher teria deixado um "tipo de desabafo" por escrito.