Nesta quarta-feira (8), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) de São Paulo confirmou a presença de norovírus em fezes humanas coletadas no Guarujá, em Praia Grande e na Baixada Santista. A informação foi confirmada por meio do Instituto Adolfo Lutz (IAL), laboratório de referência estadual, e pode explicar o surto de virose nas praias do litoral paulista.
Em nota enviada ao Portal iG, a SES-SP afirmou ter identificado a presença dos genogrupos 1 e 2 do vírus.
Entenda, a seguir, a relação do norovírus com o surto de virose, as precauções que moradores e turistas devem tomar e os cuidados necessários para quem já está doente.
O que é o norovírus?
O norovírus é o agente infeccioso causador de gastroenterites, conhecidas como "viroses", que afeta o sistema digestivo.
Ele é comumente associado a surtos da doença, especialmente em locais com uma grande concentração de pessoas, como no litoral de São Paulo. O alto teor de contaminação é impulsionado pelo contato com indivíduos ou partes do ambiente infectados, como a água do mar ou a usada para preparar alimentos.
Sintomas
Segundo a infectologista e coordenadora do serviço de infecção do hospital Dr. Miguel Soeiro Unimed Sorocaba, Marina Campelo Jabur, a virose tem vários sintomas já conhecidos de um "mal-estar": dor de cabeça, azia, náusea, febre, dor no corpo, calafrios e diarreia.
Ela explica que, como o quadro vai se "retroalimentando", é importante ficar atento para que ele não se agrave.
"Isso vai se retroalimentando, a pessoa desidrata, aumenta dor de cabeça, aumenta o mal-estar e tudo mais. É importante ficar atento porque às vezes, se a pessoa não estiver se hidratando corretamente, o quadro vai piorando e pode evoluir com o quadro mais grave", diz.
Segundo a infectologista, o mais importante é manter a hidratação. "Se a pessoa não estiver conseguindo se hidratar, ela deve procurar o atendimento médico", diz.
De acordo com o NHS, o serviço de saúde britânico, a infecção por norovírus pode durar de 3 a 7 dias.
O que fazer se apresentar sintomas de virose?
De acordo com Marina, assim que a pessoa apresenta os primeiros sintomas, ela deve "repousar, se hidratar bastante e ingerir maior quantidade de líquido, principalmente água e soro caseiro, com uma frequência maior do que ingeria anteriormente".
"Fazer repouso, alimentos leves, de boa procedência, de procedência conhecida e, se não estiver conseguindo se hidratar, se não estiver se sentindo melhor após essas medidas, deve procurar, sim, o atendimento até para fazer um diagnóstico diferencial com outras doenças. Às vezes a pessoa acha que é uma virose e não é", diz.
Como prevenir as viroses gastrointestinais?
O mais importante é manter as mãos e alimentos bem higienizados, com água de boa qualidade. Além disso, outra recomendação é evitar lugares com grandes aglomerações.
Também é importante lembrar de checar a data de validade e a procedência dos alimentos que serão consumidos.
Outra dica extra é nunca dar descarga com a tampa do vaso sanitário aberta, pois isso pode fazer com que os vírus contidos nas fezes contaminem o ar do banheiro.
Aos turistas, a SES apresenta as seguintes recomendações:
- Mantenha os alimentos bem refrigerados, com atenção especial às temperaturas dos refrigeradores e geladeiras dos supermercados onde os alimentos ficam acondicionados;
- Evite tomar banho de mar nas 24 horas seguintes à ocorrência de chuvas;
- Leve seus próprios lanches durante passeios ao ar livre, corretamente armazenados;
- Observe bem a higiene os estabelecimentos comerciais;
- Não consuma gelo, “raspadinhas”, “sacolés”, sucos e água mineral de procedência desconhecida.