Jovem estava no carro junto com a família no Rio de Janeiro
Reprodução/TV Globo
Jovem estava no carro junto com a família no Rio de Janeiro

A jovem  Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em 24 de dezembro enquanto viajava com a família para comemorar o Natal em Niterói, apresenta melhoras significativas e já iniciou o processo de reabilitação. Além disso, ela não tem sinais de sequelas irreversíveis e recupera progressivamente as funções motoras e cognitivas.

A informação consta no último boletim médico divulgado nesta terça-feira (7) pelo hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias.

Segundo o boletim, Juliana está em um estado considerado bom, respirando sem necessidade de ventilação mecânica e interagindo bem com o ambiente e as pessoas.

Ela continua em terapia intensiva, acompanhada pelo serviço de neurocirurgia, psicologia e uma equipe multidisciplinar. O informe não indica previsão de alta do CTI.

Entenda o caso

Juliana foi baleada em uma abordagem da PRF em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, enquanto estava dentro do carro da família. Eles saíram de Itaipu e viajavam para Niterói, onde se reuniriam com outros parentes para as comemorações de Natal.

O pai da jovem, que dirigia o veículo no momento da ação policial, afirmou que tentou parar o carro assim que ouviu a sirene da viatura. “Dei seta imediatamente indicando que iria encostar o carro, mas os agentes já foram disparando vários tiros”, relatou Alexandre Rangel, de 53 anos, baleado na mão esquerda.

Segundo a família, foram disparados ao menos 30 tiros contra o carro. A mãe de Juliana, Deyse Rangel, disse que os agentes da PRF só prestaram socorro após a intervenção de um policial militar, que constatou que Juliana ainda estava respirando.

"Quando paramos, eles viram que fizeram besteira. Aí, do nada, uma patrulha da PM apareceu, perguntou o que estava acontecendo, e um policial pediu para checar a minha filha. Ele falou para mim que ela ainda estava respirando. Os agentes da PRF não fizeram nada, não tentaram socorrer, ficaram perdidos andando de um lado para o outro. Depois disso, eles botaram a Juliana no carro e a levaram para o hospital", relatou ao O Globo.

"Vi a minha filha com a cabeça coberta de sangue. Eu me desesperei na hora, só sabia gritar. Fui para cima dele (agente da PRF) e falei: “Você matou a minha filha, seu desgraçado”. Ele deitou no chão, começou a se bater, pulando, mostrando que fez besteira", disse.

Em depoimento à Polícia Federal (PF), os agentes envolvidos afirmaram que o carro da família foi confundido com o de suspeitos. Os pais de Juliana também prestaram depoimento.

Em nota, a PRF informou que a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, abriu um procedimento interno para apurar os fatos relacionados à ocorrência. Além disso, os quatro agentes envolvidos foram afastados e tiveram suas armas apreendidas.

"A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana. Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso", diz a nota da PRF.

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