STF determina uso obrigatório de câmeras corporais para PMs em São Paulo

Câmeras corporais serão usadas por policiais apenas em situações específicas

PMs terão que usar câmeras corporais em SP
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
PMs terão que usar câmeras corporais em SP

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) , ministro Luís Roberto Barroso , determinou nesta quinta-feira (26) a obrigatoriedade do uso de  câmeras corporais por policiais militares de São Paulo em situações específicas. A medida vem após recentes episódios de violência policial no estado.  

Conforme a decisão, os policiais militares deverão utilizar as câmeras nos seguintes casos:  

- Operações de grande envergadura destinadas à restauração da ordem pública.  

- Entradas em comunidades vulneráveis.  

- Operações deflagradas em resposta a ataques contra policiais militares.

A determinação responde a um pedido do estado de São Paulo, que buscava critérios mais claros sobre o uso obrigatório das câmeras. No último dia 9, o STF já havia estipulado a obrigatoriedade do equipamento, mas o estado solicitou um detalhamento das regras.  

Barroso reconheceu que o número de câmeras disponíveis não é suficiente para atender todo o estado. Por isso, determinou que os equipamentos sejam priorizados em regiões com maior índice de letalidade policial. Além disso, destacou que os equipamentos devem ser usados em ações de policiamento ostensivo e preventivo, sempre que possível.

Violência policial em alta  

Dados do Ministério Público indicam um aumento de 46% nas mortes cometidas por policiais militares em São Paulo até 17 de novembro deste ano, em comparação ao mesmo período de 2023.  

De janeiro a 17 de novembro de 2024, 673 pessoas foram mortas por PMs no estado, frente a 460 mortes registradas durante os 12 meses do ano anterior. Dessas mortes, 577 ocorreram durante o serviço dos agentes, enquanto 96 foram registradas durante folgas. Isso representa uma média de duas pessoas mortas por dia.  

A medida do STF visa ampliar a transparência das ações policiais e reduzir os índices de letalidade, em meio ao cenário de escalada de violência no estado.