Três delegados foram afastados a partir de delação
Reprodução/Polícia Federal
Três delegados foram afastados a partir de delação


O empresário Vinícius Gritzbach , delator do PCC morto no Aeroporto de Guarulhos (SP) , citou em uma delação ao Ministério Público do Estado de São Paulo ( MP-SP ) os nomes do delegado Fábio Pinheiro Lopes , diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais); do deputado estadual Olim (PP) e do advogado Ramsés Benjamin Samuel Costa Gonçalves .

Lopes e outro delegado de São Paulo, Murilo Fonseca Roque , foram afastados preventivamente pelo governo estadual após terem seus nomes citados na delação premiada de  Gritzbach sobre o envolvimento de policiais civis corruptos com o Primeiro Comando da Capital (PCC) .

O delegado Fábio Pinheiro Lopes está de férias e quando voltar não ocupara o cargo. Foi afastado pela SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública) justamente por conta dessa delação.

A corregedora-geral da Polícia Civil, Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez, também pediu afastamento por sentir-se desgastada. Ela é tia do investigador Eduardo Monteiro, um dos investigadores delatados por Gritzbach e preso pela Polícia Federal na terça-feira (17).

Delação antes do assassinato

No dia 10 de setembro, menos de dois meses antes do assassinato no terminal de desembarque do Aeroporto internacional de Guarulhos, Gritzbach foi ouvido por promotores de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado). Ele contou que foi apresentado ao advogado Ramsés em março de 2022 e que ele disse ser influente e resolveria todos os problemas dele com a polícia.

Segundo Gritzbach, o advogado teria feito uma reunião com um deputado do PP, com Fábio Pinheiro Lopes, conhecido como Fábio Caipira, diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e com outro delegado, à época lotado no 24º Distrito Policial (Ermelino Matarazzo).

Cobrança de propina

Na delação, o empresário diz que Ramsés cobrou R$ 5 milhões, sendo R$ 800 mil de honorários para ele e o restante para a propina. Como forma de pagamento, Gritzbach teria dado dois apartamentos, diversos cheques e R$ 300 mil em transferências bancárias realizadas em 24 de junho de 2022.

O delator entregou aos promotores de Justiça print de mensagem enviada por Ramsés para o WhatsApp dele, na qual o advogado informa que estaria no departamento contando parte da propina em dinheiro.


Investigação

As autoridades da força-tarefa criada pelo governo investigam se os três delegados citados cometeram alguma ilegalidade. Eles responderão em liberdade. Mais outros sete policiais também foram delatados por Gritzbach por suspeitas de corrupção e envolvimento com o PCC. Sete estão presos e um está foragido.

A Polícia Federal (PF) apreendeu dólares, euros, reais, armas, munições, carros, relógios e joias de luxo, uma lancha e outros objetos com policiais, um advogado e empresários do estado de São Paulo investigados por suspeita de corrupção e envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

** Formado em jornalismo pela UFF, em quatro anos de experiência já escreveu sobre aplicativos, política, setor ferroviário, economia, educação, animais, esportes e saúde. Repórter de Último Segundo no iG.

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