STF tem maioria para negar pedido de Bolsonaro e manter Moraes no inquérito de golpe

Pedido de Bolsonaro para que Moraes fosse afastado do caso está sendo analisado em plenário virtual do STF

STF formou maioria para negar pedido do ex-presidente
Foto: Montagem iG / Imagens: Tânia Rêgo/Agência Brasil e Isac Nóbrega/PR
STF formou maioria para negar pedido do ex-presidente

Nesta sexta-feira (6), o  Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para rejeitar o pedido feito pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para afastar o ministro Alexandre de Moraes do chamado "inquérito do golpe".

Os ministros Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin e Dias Toffoli seguiram o voto do relator, Luís Roberto Barroso, e negaram o recurso.

O STF  iniciou hoje a análise do pedido para declarar  Moraes impedido de relatar a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado , que resultou no indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas. O julgamento começou às 11h, no plenário virtual, sistema em que os ministros depositam seus votos. A expectativa é que a análise seja concluída até 13 de dezembro.

O pedido de impedimento foi protocolado pela defesa de Bolsonaro em fevereiro, após a primeira operação da Polícia Federal (PF) sobre o caso. Na ocasião, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, rejeitou o pedido, mas a defesa de Bolsonaro recorreu, e agora o recurso será analisado pelos demais ministros da corte.

A solicitação foi feita duas semanas após a PF concluir a investigação, que resultou no indiciamento de Bolsonaro , ex-ministros, militares e aliados, por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado de Direito e organização criminosa. Todos os indiciados negam as acusações.

No pedido, a defesa de Bolsonaro argumenta que há "manifesto impedimento" de Moraes devido ao suposto "nítido interesse pessoal" do ministro no caso, já que a investigação apura um plano que teria como alvo a prisão de Moraes. Segundo os advogados do ex-presidente, isso configuraria um motivo legítimo para que o magistrado fosse afastado do processo.

Contudo, Barroso, que também é o relator do caso, afirmou que não houve "clara demonstração" dos motivos legais que justificariam o afastamento de Moraes. Para o presidente do STF, os fatos apresentados não são suficientes para impedir o magistrado de exercer sua função jurisdicional.

Após o indiciamento de Bolsonaro , a defesa do ex-presidente apresentou um novo pedido de impedimento, reforçando os argumentos anteriores. No entanto, essa solicitação ainda não foi analisada por Barroso .

A decisão sobre o pedido de impedimento é crucial para o andamento da investigação que envolve Bolsonaro e outros indiciados, além de ter implicações no relacionamento entre o ex-presidente e a Corte.