Justiça torna réu PM que executou jovem negro a tiros em São Paulo

Ação foi capturada por câmeras de segurança, que registraram o momento dos disparos

Ministério Público acusa PM de homicídio qualificado
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Ministério Público acusa PM de homicídio qualificado

A Justiça de São Paulo pediu a prisão preventiva (por tempo interminado) e tornou réu do policial militar Vinicius de Lima Britto , flagrado executando um jovem negro com tiros pelas costas em frente a um mercado Oxxo , na Zona Sul da capital paulista, em 3 de novembro.

A vítima, Gabriel Renan da Silva Soares, havia furtado itens de limpeza no estabelecimento. A ação foi capturada por câmeras de segurança, que registraram o momento dos disparos. 

Segundo o UOL, a decisão foi proferida pela juíza Michelle Porto de Medeiros nesta quinta-feira (5) após o Ministério Público se manifestar favorável à prisão do agente. 

Segundo a Promotoria, "está provada a existência do crime e existem indícios suficientes de autoria".  O pedido argumenta que a liberdade do policial "põe em risco a ordem pública e prejudicará a instrução processual", uma vez que a presença dele em liberdade pode intimidar testemunhas.  

Homicídio qualificado  


O MP acusa Britto de homicídio qualificado, afirmando que o policial "efetuou diversos disparos contra a vítima pelas costas, que estava completamente desarmada e indefesa, indicando dolo exacerbado e brutalidade na prática do delito".  

Além disso, a Promotoria classificou o crime como motivado por um motivo fútil, já que o PM teria reagido de forma desproporcional ao furto de produtos de limpeza. Também destacou que os disparos colocaram outras pessoas em risco, já que ocorreram em via pública.  

O MP ofereceu denúncia contra Britto. Caso a Justiça aceite o pedido, o policial se tornará réu e responderá a processo judicial.  

A defesa de Vinicius de Lima Britto ainda não se manifestou.  

Histórico de letalidade  


Este não é o único caso envolvendo o policial. Ele também é investigado pela morte de dois homens em São Vicente, no litoral paulista.  

Britto estava de folga no dia do crime na capital e continuou exercendo suas funções na corporação até que, um mês após o episódio, foi afastado, após a divulgação das imagens que comprovam a execução.