A Justiça de São Paulo
pediu a prisão preventiva (por tempo interminado) e tornou réu do policial militar Vinicius de Lima Britto
, flagrado executando um jovem negro com tiros pelas costas em frente a um mercado Oxxo
, na Zona Sul da capital paulista, em 3 de novembro.
A vítima, Gabriel Renan da Silva Soares, havia furtado itens de limpeza no estabelecimento. A ação foi capturada por câmeras de segurança, que registraram o momento dos disparos.
Segundo o UOL, a decisão foi proferida pela juíza Michelle Porto de Medeiros nesta quinta-feira (5) após o Ministério Público se manifestar favorável à prisão do agente.
Segundo a Promotoria, "está provada a existência do crime e existem indícios suficientes de autoria". O pedido argumenta que a liberdade do policial "põe em risco a ordem pública e prejudicará a instrução processual", uma vez que a presença dele em liberdade pode intimidar testemunhas.
Homicídio qualificado
O MP acusa Britto de homicídio qualificado, afirmando que o policial "efetuou diversos disparos contra a vítima pelas costas, que estava completamente desarmada e indefesa, indicando dolo exacerbado e brutalidade na prática do delito".
Além disso, a Promotoria classificou o crime como motivado por um motivo fútil, já que o PM teria reagido de forma desproporcional ao furto de produtos de limpeza. Também destacou que os disparos colocaram outras pessoas em risco, já que ocorreram em via pública.
O MP ofereceu denúncia contra Britto. Caso a Justiça aceite o pedido, o policial se tornará réu e responderá a processo judicial.
A defesa de Vinicius de Lima Britto ainda não se manifestou.
Histórico de letalidade
Este não é o único caso envolvendo o policial. Ele também é investigado pela morte de dois homens em São Vicente, no litoral paulista.
Britto estava de folga no dia do crime na capital e continuou exercendo suas funções na corporação até que, um mês após o episódio, foi afastado, após a divulgação das imagens que comprovam a execução.