Os moradores reivindicam o cancelamento da obra
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Os moradores reivindicam o cancelamento da obra


A casa da dentista Cristina Palácio, localizada no condomínio Parque Silvino Pereira, em Cotia , foi invadida por lama três vezes durante o mês de novembro. A origem do problema é atribuída a uma obra vizinha de grandes proporções, que tem causado transtornos aos cerca de 4.000 moradores da região. 

O empreendimento, conduzido pela empresa Prologis, abrange uma área de 800.000 m², equivalente à metade do Parque Ibirapuera, e está localizado no km 26 da Rodovia Raposo Tavares. A obra visa a construção de galpões e centros de distribuição.

Entretanto, os moradores apontam diversas irregularidades, incluindo ruídos acima do permitido, entupimento de encanamentos, desmatamento em área de proteção ambiental e ausência de audiências públicas. 

Cristina relatou sua experiência ao portal UOL: “Todo mundo que vem para essa região busca um contato com a natureza e um sossego. Nós fomos surpreendidos por uma obra enorme, de uma devastação ambiental assustadora que choca muito todos os moradores da região”.

Ela também afirmou: “Foi tudo muito rápido, quando vi a situação foi desolador, nunca imaginei viver isso. [...] Eu não durmo mais tranquila quando chove muito, meu muro está com risco de cair. Estou vivendo preocupada porque se esse muro cai tem risco de matar alguém”. 

Os moradores reivindicam o cancelamento da obra, a transformação da área em um parque público e maior transparência da administração municipal. Além disso, uma ação civil pública contra a Prologis foi protocolada, e o Ministério Público de São Paulo investiga o caso. 

A Prefeitura de Cotia informou que o projeto foi aprovado em conformidade com a legislação municipal, mas reconheceu os danos causados.

“O engenheiro da Secretaria de Habitação e Urbanismo que esteve no local hoje (29) constatou a necessidade de tais serviços, e lavrou auto de infração nº 23127, contendo as ações emergenciais mencionadas acima. Oportuno frisar que os trabalhos referentes à execução da obra do empreendimento estão paralisados em obediência ao embargo judicial”, afirmou em nota. 


Posição da Prologis

A Prologis declarou que o volume de chuvas excepcional causou os impactos e que medidas corretivas estão sendo adotadas.

“Reforçamos que todas as ações já foram adotadas para evitar a recorrência de eventos semelhantes e garantir a segurança e integridade da área. Agradecemos a compreensão e estamos totalmente disponíveis para resolver de forma célere e eficaz os problemas causados pelas chuvas”. 

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