A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (26) o policial civil Cyllas Elia , do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais), e o capitão da Polícia Militar Diogo Costa Cangerana durante a Operação Tai-Pan. A ação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa responsável por crimes contra o sistema financeiro, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, o capitão da PM, que já atuou na Casa Militar e comandava uma companhia do 13º Batalhão no Brás, em São Paulo, era o articulador do esquema.
Conexão com o PCC
Segundo a reportagem do portal UOL, Cyllas Elia foi citado em depoimentos prestados pelo empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach , assassinado a tiros no dia 8 de novembro no Aeroporto Internacional de Guarulhos .
Oito dias antes de ser morto, Gritbzach prestou depoimento à Corregedoria. Além delatar integrantes do PCC ( Primeiro Comando da Capital , ele havia apontado o envolvimento de Elia e outros policiais do DEIC e do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) em casos de corrupção, além de descrever sua participação em um banco digital utilizado para operações ilícitas.
O empresário revelou à Corregedoria da Polícia Civil que Elia era sócio do IV Bank, posteriormente renomeado como 2 Go Bank, ao lado de Anselmo Becheli Santa Fausta , conhecido como Cara Preta , e Rafael Maeda Pires , apelidado de Japa . Ambos eram integrantes do PCC e foram assassinados em circunstâncias violentas nos últimos anos.
Esquema internacional
A PF apurou que a organização criminosa movimentou R$ 6 bilhões em cinco anos, utilizando um sistema bancário paralelo para lavar dinheiro em pelo menos 15 países. As investigações, iniciadas em 2022, identificaram a atuação do grupo no Brasil e no exterior, incluindo países como EUA, Canadá, Hong Kong e China, onde se concentrava grande parte dos recursos ilícitos.
A operação mobilizou mais de 200 policiais federais para cumprir 16 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão em sete estados, além do bloqueio de bens e valores superiores a R$ 10 bilhões, atingindo mais de 200 empresas.
Os investigados poderão responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A PF segue apurando os desdobramentos do caso, que inclui policiais civis e militares, além de gerentes e contadores de bancos, como alvos principais.