Mãe de jovem baleada por amiga não acredita em morte acidental; entenda o caso

Mulher foi baleada por amiga após mexer em arma de um PM de folga, que estava junto no apartamento

Mãe de Maria Eduarda pede investigação sobre a morte da filha
Foto: Arquivo Pessoal via g1
Mãe de Maria Eduarda pede investigação sobre a morte da filha


Maria Eduarda Fardelone de Carvalho , de 25 anos, foi morta após ser baleada de forma acidental por uma amiga, de 24, em um apartamento alugado por um grupo de amigos em  Guarujá (SP). O caso aconteceu no dia 20 de outubro. A mãe da vítima afirmou em entrevista não acreditar que o disparo foi acidental.

Rose Fardelone pede para que o caso seja investigado pelas autoridades. Sua filha, Maria Eduarda, foi atingida enquanto a colega manuseava a pistola emprestada por um  PM de folga, presente no apartamento na hora do disparo. Assim como as duas, o policial fazia parte do grupo de amigos que alugou o apartamento no bairro da Enseada.

Maria Eduarda morreu no local. O PM foi preso; a autora do disparo, após pagar fiança de R$ 1,5 mil, responde pelo crime em liberdade. "Meu coração de mãe não sente que foi acidental. Precisamos de justiça ou realmente da verdade", disse a microempresária e mãe da vítima, em entrevista ao g1.

O que pensa a mãe de Maria Eduarda

Rose contou que soube da morte da filha pela cunhada. "[Foi] muito doloroso, perdemos o chão", desabafou ela, que considerou que "muitas coisas" em relação ao caso ainda "precisam ser esclarecidas". Ela também questionou a possibilidade da autora do disparo responder em liberdade após pagar fiança.

"Pelo que sabemos, ela não estava em condições financeiras para [pagar] esse montante na hora", disse Rose, que considerou como "o mínimo" a detenção do PM. Ela acrescentou que não conhecia pessoalmente a amiga que efetuou o disparo. A jovem, segundo Rose, também não procurou a família da vítima.

Maria Eduarda foi definida pela mãe como uma mulher "alegre, espontânea, divertida e descontraída", que gostava de viajar, amava festas e reprovava qualquer tipo de preconceito. A jovem, que estudava gastronomia, deixou um filho que completará 2 anos em dezembro. "[Ele era] a paixão dela", complementou a mãe.

Versão da autora do disparo

De acordo com informações do boletim de ocorrência, a jovem que efetuou o disparo disse em interrogatório que estava na sala com Maria Eduarda e o PM. Ela não sabia que o rapaz estava armado, e ficou furiosa quando o viu colocando a pistola na cintura. Ela pediu a arma para manusear, e ele teria alegado ser perigoso, já que ela não tinha experiência.

Apesar disso, o policial teria tirado a arma da cintura, retirado as munições e entregado na mão da mulher. Ela contou que Maria Eduarda pediu para ver a pistola também, então fez um movimento com o braço direito com menção de entregá-la à amiga.

Segundo a jovem, ela não sabia que havia um projétil na câmara de disparo e tampouco conhecia o mecanismo de funcionamento da arma. Ela acreditava que, ao tirar o 'pente' de projéteis da arma, o amigo havia retirado toda a munição.

Versão do policial

O PM afirmou que não entregou a arma à amiga. Disse que manteve a pistola guardada e que, pouco antes do disparo, a colocou em cima do sofá enquanto calçava o tênis. Ele escutou as duas jovens comentando sobre a arma e, em seguida, ouviu o disparo. Logo na sequência, viu Maria Eduarda caída no chão e a outra mulher jogar a arma no sofá.


No local, a equipe do SAMU encontrou Maria Eduarda ferida no rosto, causado por arma de fogo. O óbito foi constatado em seguida.

O caso foi apresentado na Delegacia Sede de Guarujá, onde um boletim de ocorrência foi registrado como homicídio culposo (sem intenção de matar) e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. A arma do PM foi apreendida.