Relatório aponta indícios de vínculos entre o Povo de Israel e o PCC

Subsecretaria de Inteligência da Seap apontou que, enquanto o líder da PVI estava preso em uma unidade específica, teria autorizado o 'batismo' de presos no PCC

Alvinho, apontado como líder da facção Povo de Israel, e integrantes do grupo voltados para estrela de Davi
Foto: Montagem iG/Reprodução Extra e redes sociais
Alvinho, apontado como líder da facção Povo de Israel, e integrantes do grupo voltados para estrela de Davi

Um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária revelou que a inteligência da pasta descobriu indícios de vínculos entre o homem apontado como líder da facção Povo de Israel, Avelino Gonçalves, e o Primeiro Comando da Capital (PCC) .

Segundo o documento da subsecretaria de inteligência do órgão, Avelino teria autorizado o 'batismo' (ingresso) de presos no PCC enquanto estava preso na Cadeia Pública Inspetor Luis Fernandes Bandeira Duarte (SEAPBD). A facção é muito presente no sistema penitenciário brasileiro.

Ele é apontado como o líder de uma facção chamada Povo de Israel, alvo de uma operação nesta terça-feira (22). O criminoso, conhecido como Alvinho ou Vilão, foi condenado a 46 anos de prisão por homicídio, roubo e estupro.

Avelino foi preso pela primeira vez em 1999. Em 2007, ele fugiu do presídio durante uma saidinha temporária e só foi recapturado dois anos depois.

Em junho do ano passado, ele foi transferido para o sistema penitenciário federal. Após dois meses, no entanto, retornou ao Rio, para o complexo de Gericinó.

Em 2020, a Seap identificou a presença de K4 (maconha sintética) dentro do sistema prisional fluminense.

Em setembro, novembro e dezembro daquele ano, agentes fizeram apreensões do entorpecente em diferentes unidades. A secretaria suspeita que Alvinho esteja envolvido no comércio da droga dentro dos presídios.

Segundo o documento, em 2019, o PCC estaria por trás do tráfico da maconha sintética em presídios sob seu comando, algo que posteriormente foi desfeito.

Operação 13 aldeias

A Polícia Civil do RJ deflagrou, nesta terça-feira, a Operação 13 Aldeias, que mira a quadrilha Povo de Israel. O grupo é responsável por fazer centenas de vítimas todos os dias de dentro do presídio, a partir de golpes via celular - como o do falso sequestro - e movimentou quase R$ 70 milhões entre janeiro de 2022 e maio deste ano.

De acordo com as investigações, o Povo de Israel (PVI) surgiu há 20 anos e hoje influencia 18 mil detentos em 13 unidades prisionais, chamadas de “aldeias”, que representam 42% do efetivo prisional.

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