Asfixia no carro da PRF: União é condenada a pagar R$ 1,05 milhão à família de Genivaldo

Ele foi morto asfixiado dentro do porta-malas do carro da corporação

Genivaldo de Jesus Santos teve os pés e as mãos amarrados pelos agentes da PRF de Sergipe
Foto: Reprodução/O Globo - 27.05.2022
Genivaldo de Jesus Santos teve os pés e as mãos amarrados pelos agentes da PRF de Sergipe

A União foi condenada pela Justiça Federal de Sergipe a pagar R$ 1,05 milhão em indenizações por danos morais à família de Genivaldo de Jesus Santos , que morreu durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em maio de 2022, em Umbaúba. Imagens de testemunhas mostraram que o homem de 38 anos foi algemado e colocado no porta-malas da viatura, onde os policiais dispararam gás, resultando em sua morte por asfixia.

O juiz Pedro Esperanza Sudário, da 7ª Vara Federal de Sergipe, determinou que a União é responsável pelo dano, independentemente da intenção dos agentes. O valor total será distribuído aos familiares conforme critérios como proximidade e impacto emocional. Os irmãos que conviviam com Genivaldo receberão R$ 100 mil cada, enquanto um irmão com menos contato receberá R$ 50 mil. O sobrinho, que presenciou a abordagem, foi indenizado em R$ 75 mil, e a irmã, considerada a familiar mais próxima, receberá R$ 125 mil.

Em um processo anterior, a mãe e o filho de Genivaldo já haviam sido indenizados em R$ 400 mil e R$ 500 mil, respectivamente. Com os novos valores, o total recebido pela família ultrapassa R$ 1,9 milhão.

Relembre o caso: o sobrinho de Genivaldo afirmou que ele foi abordado enquanto pilotava uma motocicleta. Nervoso, ele foi agredido e colocado no porta-malas. A esposa, Maria Fabiana, chegou ao local e viu o marido dentro da viatura cheia de gás. Ao pedir para abrir o porta-malas, um policial respondeu: "Ele está melhor do que nós, aí dentro está ventilado." Genivaldo foi levado ao hospital, mas chegou morto.

A PRF afirmou que a vítima "resistiu ativamente" à abordagem e que foram usadas técnicas de contenção. A corporação abriu um procedimento administrativo para apurar a conduta dos agentes.

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