Laboratório emitia resultados falsos de HIV, incluindo para crianças, diz polícia

Ela também destacou que os erros cometidos pelo laboratório não se limitaram aos seis casos de contaminação por HIV

PF abre inquérito sobre infecção por HIV em seis pacientes transplantados no Rio
Foto: Reprodução
PF abre inquérito sobre infecção por HIV em seis pacientes transplantados no Rio


O laboratório PCS Lab Saleme está sendo investigado após um erro que resultou na infecção de seis pacientes com HIV devido a transplantes de órgãos contaminados. Segundo a Polícia Civil , o laboratório já havia emitido dezenas de resultados falsos de exames para HIV, incluindo para crianças.

A promotora de justiça Elisa Ramos Pittaro Neves afirmou que o laboratório demonstrou "total indiferença com a vida e a integridade física e psicológica de seus clientes".

Ela também destacou que os erros cometidos pelo laboratório não se limitaram aos seis casos de contaminação por HIV, mas envolveram diversas falhas nos procedimentos de controle de qualidade dos exames.

O Ministério Público solicitou a prorrogação da prisão temporária de quatro investigados, entre eles Walter Vieira, sócio do laboratório.

Os investigados enfrentam acusações de crimes contra as relações de consumo, falsidade ideológica, infração sanitária e associação criminosa.

As investigações revelaram que o laboratório reduziu a frequência dos testes de qualidade dos reagentes utilizados nas análises dos órgãos destinados a transplante.

Essa diminuição no controle aumentou a probabilidade de resultados incorretos, resultando em um risco maior de contaminação para os receptores dos órgãos.

O secretário estadual da Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que o laboratório afrouxou deliberadamente os controles dos testes para aumentar os lucros.

Segundo Curi, essa prática foi determinante para os erros cometidos e contribuiu diretamente para a infecção dos pacientes.

Os advogados que representam o laboratório informaram que os sócios estão à disposição da Justiça para prestar os esclarecimentos necessários.


Prisão

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro acatou o pedido do Ministério Público e prorrogou a prisão temporária dos investigados, que seguem respondendo ao processo judicial.

Esse caso é considerado inédito no estado do Rio de Janeiro e marca uma crise sem precedentes no serviço de transplante de órgãos no Brasil.

A investigação continua em andamento, e as autoridades estão focadas em apurar se houve outros casos semelhantes de contaminação ou fraudes em resultados de exames.

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