Crime organizado: PCC elabora novo organograma e melhora estrutura da facção, diz MP

Relatórios do Ministério Público detalham mudanças na organização da facção criminosa

Penitenciária Federal de Brasília, onde a cúpula do PCC está presa
Foto: Secretaria Nacional de Políticas Penais
Penitenciária Federal de Brasília, onde a cúpula do PCC está presa


A facção criminosa do  PCC ( Primeiro Comando da Capital ) elaborou um novo organograma e aperfeiçoou a estrutura da organização, segundo informações do Ministério Público de São Paulo ( MP -SP). Composta por centenas de milhares de integrantes no Brasil e no exterior, a cúpula da facção está presa em unidades federais e na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP).

O novo organograma consta em relatórios sigilosos do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado), subordinado ao MP-SP , sobre investigações de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa. As informações foram obtidas pelo UOL.

Após a transferência dos líderes do  PCC para presídios federais, a facção teria convertido a estrutura do grupo, criando a “ Sintonia Final Cúpula ” em substituição à “Sintonia Final Geral”, formada por um número reduzido de integrantes que comandariam a facção.

Divisão de “cargos”

Organograma do PCC, segundo o MP
Foto: Divulgação MP-SP
Organograma do PCC, segundo o MP


O documento não cita nomes dos líderes, mas informa que os componentes desta célula mantêm o controle da facção e são a última palavra nos temas sensíveis, estratégicos e financeiros do PCC. Abaixo deles vem a Sintonia Restrita, composta por integrantes de estrita confiança da cúpula.

Eles são os responsáveis pelas atividades do setor de 'inteligência' da organização. São responsáveis por levantar informações para assassinar autoridades ou desafetos e planejar ações de atentados e resgates de presos.

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De acordo com o Gaeco, o Setor Financeiro se resume às atividades financeiras do PCC, enquanto a Sintonia Geral do Prazo administra as dívidas, associadas às rifas e mensalidades, e também empréstimo de dinheiro, armas e veículos da facção.

A Sintonia Geral do Progresso cuida da gestão e gerenciamento do tráfico de drogas. A Sintonia de Rua divide territorialmente a organização e reúne as Sintonias de outros Estados e Países e nas diversas regiões de São Paulo (Capital, Baixada Santista e Interior).

Elas são divididas territorialmente pelos códigos de telefonia das respectivas regiões (12 - Vale do Paraíba; 14 - Bauru; 15 - Sorocaba; 16 - Ribeirão Preto; 17 - São José do Rio Preto; 18 - Presidente Prudente; e 19 - Campinas).

A Sintonia Geral do Livro ou do Cadastro é responsável pelo registro do ingresso de novos membros. Esse setor tem por tarefa o controle dos batismos dos afilhados, além de exclusões e retornos de integrantes ao grupo criminoso. A Sintonia Geral dos Gravatas gerencia os serviços de advogados.


Tribunal do crime

A Sintonia dos 14 é próxima da cúpula e formada pelo "Resumo do Quadro dos 14 (Pé Quebrado)", instância que, junto da "Sintonia Final da Rua", decide sobre julgamentos. É o chamado "tribunal do crime" ou tabuleiros, na linguagem do crime organizado.

Cabe à Sintonia dos 14, em casos de descumprimento às normas e divergências, deliberar sobre a quebra da harmonia entre integrantes e população sob jugo da organização criminosa, com a aplicação de "sanções" ("pé quebrado") que vão desde espancamentos até a assassinatos.

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