Entenda a cronologia da Operação Integration, que mira Deolane Bezerra e Gusttavo Lima

Investigação da Polícia Civil de Pernambuco mira um suposto esquema de lavagem de dinheiro proveniente da prática de jogos ilegais

Gusttavo Lima e Deolane Bezerra estão entre os alvos da Operação Integration
Foto: Reprodução
Gusttavo Lima e Deolane Bezerra estão entre os alvos da Operação Integration

A Operação Integration , que mira um suposto esquema de lavagem de dinheiro proveniente da prática de jogos ilegais , chamou a atenção dos brasileiros ao incluir personalidades conhecidas entre seus investigados, como a influenciadora Deolane Bezerra e o cantor sertanejo Gusttavo Lima .

Segundo a investigação, a suspeita é que  as empresas de "bets" que estão no nome do cantor (Balada Eventos e Produções) e da influenciadora (Zeroumbet) tenham ocultado valores de casas de apostas online . Um inquérito da Polícia Civil divulgado nesta quarta (25) revelou que as empresas nas quais o sertanejo é sócio ocultaram R$ 50 milhões de casas de apostas .

Além de Gusttavo e Deolane, a operação investiga outras 21 pessoas, incluindo os sócios da empresa Vai de Bet, de Goiânia: José André Rocha Neto e Aislla Truta Henriques da Rocha, esposa de José André.

Operação começou em 2022

Apesar de só ter ganhado notoriedade em setembro de 2024 com a prisão dos famosos, a Operação Integration deu seus primeiros passos em 2022, com a apreensão de um saco de dinheiro do jogo do bicho encontrado em uma banca de jogos no Recife pertencente a Darwin Henrique da Silva, apontado pela polícia como um conhecido bicheiro da cidade.

Ele é pai do empresário Darwin Henrique da Silva Filho, dono da casa de apostas Esportes da Sorte, que é legalizada tem sede em Curaçao, no Caribe. Entretanto, quem aposta na plataforma faz depósitos via PIX para outra empresa, a Pay Brokers – Facilitadora de Pagamentos, que tem sede em Curitiba.

Foi a partir da Esportes da Sorte que a polícia ligou Deolane ao esquema, pois ela fazia propaganda para a plataforma em suas redes sociais.

Já Gusttavo Lima adquiriu, em 1º de junho deste ano, 25% da empresa Vai de Bet, com sede em Goiânia. Além disso, ele teria ajudado a fuga do casal dono do site para a Grécia. Esse fato foi avaliado pela juíza como um representante da participação do cantor no esquema criminoso, e foi citado na decisão que determinou sua prisão.

Veja a cronologia completa da Operação Integration:

19 de julho de 2024: Deolane Bezerra abriu a empresa de apostas Zeroumbet, com um capital de R$ 30 milhões.

4 de setembro:  a Operação Integration foi deflagrada, resultando na prisão de Deolane e a mãe, Solange Bezerra, e outros 10 suspeitos de participação em um esquema de lavagem de dinheiro, incluindo Darwin Henrique da Silva Filho, dono da casa de apostas Esportes da Sorte, e sua esposa, Maria Eduarda Filizola.

No mesmo dia, o avião de Gusttavo Lima foi apreendido pela Polícia Civil de São Paulo. O cantor estava na Grécia, onde havia chegado no dia anterior para comemorar o aniversário.

5 de setembro:  Darwin Filho e a esposa se entregam à polícia. Além disso, Gusttavo Lima negou envolvimento com o avião apreendido, informando que vendeu a aeronave para a empresa J.M.J Participações. No entanto, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou que o avião ainda estava registrado no nome da empresa do cantor.

7 de setembro:  O avião de Gusttavo Lima retorna da Grécia sem os donos da Vai de Bet, o casal José André Rocha Neto e Aislla Truta Henriques da Rocha, também alvos da operação. O casal havia viajado para o país europeu para comemorar o aniversário do cantor. Ambos foram considerados foragidos dias depois.

9 de setembro: Deolane e outros 17 investigados receberam permissão para cumprir prisão domiciliar.

10 de setembro: a prisão domiciliar de Deolane é revogada  após ela desobedecer ordens da justiça. A influenciadora foi levada ao presídio de Buíque, no Agreste de Pernambuco, onde permaneceu até 23 de setembro.

20 de setembro: O MP de Pernambuco recomenda substituir a prisão de Deolane por outras medidas.

23 de setembro: a Justiça decreta prisão de Gusttavo Lima e suspende passaporte e porte de armas do cantor. Além disso, considerou foragidos os seguintes investigados:

  • José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques da Rocha, donos da casa de apostas online Vai de Bet;
  • Rayssa Ferreira Santana Rocha e Thiago Lima Rocha, donos da empresa Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos;
  • Edson Antonio Lenzi Filho, dono da empresa Pay Brokers EFX Facilitadora de Pagamentos.

No mesmo dia, o TJPE mandou soltar Deolane e outros 16 investigados.

24 de setembro:  Deolane deixa a prisão no agreste pernambucano após a Justiça conceder habeas corpus. Além disso, Gusttavo Lima tem prisão preventiva revogada, bem como a apreensão do passaporte e do certificado de registro de arma de fogo.

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