Silvio Almeida entrega celulares para auditoria após demissão por suposto assédio sexual

Peritos investigarão se existiu cunho sexual em mensagens do ex-ministro dos Direitos Humanos e Anielle Franco

Silvio Almeida
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Silvio Almeida


Silvio Almeida , ex-ministro dos Direitos Humanos , está em meio a uma investigação sobre acusações de assédio sexual envolvendo a ministra da Igualdade Racial , Anielle Franco . Após ser demitido na sexta-feira (6), Almeida entregou seus dois celulares para auditorias independentes. A ideia é garantir a preservação de possíveis provas que ele possa usar em sua defesa.

As investigações agora vão focar em mensagens trocadas entre Almeida e Anielle, para verificar se houve qualquer tipo de conotação sexual ou inadequada nas conversas. Durante uma reunião no Planalto, na última quinta-feira (6), Almeida tentou se defender ao mostrar trocas de mensagens com Anielle, destacando que os dois mantinham um relacionamento próximo e amigável.

Ele também exibiu um vídeo gravado no restaurante Oscar, em Brasília, onde os dois jantaram juntos. Almeida afirmou que tanto as mensagens quanto o vídeo mostrariam que ele nunca teve a intenção de assediar a ministra. Contudo, ministros presentes na reunião não viram nas provas apresentadas qualquer sinal de que Anielle tivesse permitido algum comportamento de cunho sexual.

Nova ministra

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu nesta segunda-feira (9), nomear a deputada estadual Macaé Evaristo (PT) como nova Ministra dos Direitos Humanos . A decisão ocorre no contexto da demissão de Silvio Almeida , que foi afastado após acusações de assédio sexual, incluindo denúncias feitas pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

A nomeação de Macaé Evaristo para o Ministério dos Direitos Humanos é um movimento estratégico do governo para restaurar a confiança pública na pasta, após um período turbulento. Evaristo, uma figura respeitada no campo da educação e dos direitos humanos, traz uma rica experiência para o cargo. Ela começou sua carreira como professora aos 19 anos e, entre 2013 e 2014, atuou como secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão no Ministério da Educação (MEC).