Pneu estourado e mais: os danos que o avião que caiu em Vinhedo sofreu em outro voo; vídeo

O trem de pouso estava coberto de óleo e a fuselagem quebrada

Primeiros registros do acidente aéreo
Foto: Secretaria de Segurança de São Paulo
Primeiros registros do acidente aéreo


O avião que caiu em Vinhedo na sexta-feira (9) já havia sofrido sérios danos na cauda durante um pouso em março deste ano. Imagens divulgadas pela TV Globo mostram o estado da aeronave após o incidente, revelando óleo escorrendo em vários pontos, arranhões na fuselagem que removeram a tinta, e o trem de pouso coberto de óleo, com a estrutura interna de um dos pneus exposta e a fuselagem quebrada.

Esses danos foram consequência de um incidente ocorrido em 11 de março de 2024, quando a aeronave, de prefixo PS-VPB, enfrentou problemas durante uma viagem entre Recife e Salvador. Segundo uma funcionária da empresa, que preferiu não se identificar e foi entrevistada pelo "Fantástico", da TV Globo, um dos pneus estourou durante a decolagem, danificando o sistema hidráulico do ATR-72 e dificultando o pouso.

Relatos internos indicam que o pneu já apresentava problemas antes do voo, mas não foi substituído. O impacto da lesão na superfície de frenagem fez com que a cauda do avião tocasse o solo, causando um "dano estrutural" na aeronave, conforme registrado no sistema de manutenção da empresa.

Apesar desses problemas, o parecer final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) classificou os danos como leves e não mencionou a colisão com o solo. A aeronave passou por reparos entre março e julho e voltou a operar regularmente.

Vinte dias antes do acidente, funcionários da Voepass encaminharam uma denúncia anônima à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), relatando um "grande vazamento de pressão na porta de serviço" do mesmo avião. Um vídeo anexado à denúncia, que foi revelado pelo programa "Jornal Nacional", mostra um espaço significativo entre a porta e a fuselagem.

Especialistas e pilotos entrevistados sugerem que o acúmulo de gelo nas estruturas de sustentação do ATR-72 pode ter contribuído para o acidente. Embora a aeronave estivesse equipada com sistemas de prevenção e eliminação de gelo, esses dispositivos podem não ter funcionado corretamente ou sido insuficientes para evitar a tragédia.

Veja vídeo