Representantes da Voepass Linha Aéreas negaram que a formação de gelo nas asas tenha sido responsável pela a queda de um avião em Vinhedo, interior de São Paulo, nesta sexta-feira (9). O acidente deixou 61 pessoas mortas e investigações em andamento para determinar as causas do acidente.
“Teve formação de gelo mais acentuada [com a mudança do tempo]. Mas antes do despacho, nós avaliamos onde [a aeronave] pode voar dentro das previsões. [O gelo na asa foi] tecnicamente, totalmente suportável e despachável”, afirmou Marcel Moura, diretor de operações da Voepass.
Questionada sobre a possibilidade de falhas antes da decolagem, a empresa assegurou que os sistemas da hélice estavam operacionais.
“Não sabemos se existiu uma pane durante o voo, mas afirmamos que no momento da decolagem o sistema de hélice estava totalmente operacional. Não tivemos aviso de pane”, declarou Eduardo Busch, CEO da Voepass.
A empresa também destacou que ainda não teve acesso a todas as gravações e que a possibilidade do piloto ter solicitado ou não para descer devido ao gelo ainda precisa ser investigada.
Investigação
A tragédia mobilizou uma força-tarefa composta por diversos grupos, incluindo a Polícia Federal, Polícia Militar de São Paulo, Defesa Civil, Ministério de Portos e Aeroportos, Anac, governo de São Paulo, governo do Paraná e assistentes sociais, todos coordenados por um "gabinete de crise" criado pelo Estado. Um posto de comando avançado foi montado a aproximadamente 100 metros do local da queda.
A Força Aérea Brasileira (FAB) participa das investigações por meio do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que deslocou uma equipe quase imediatamente após o acidente para entender os motivos da queda. A Anac está monitorando o atendimento e apoiando as investigações.
A ATR, fabricante do avião modelo ATR 72-500 envolvido no acidente, também se prontificou a apoiar a investigação, conforme é praxe em ocasiões desse tipo. Especialistas da ATR foram imediatamente convocados da França e do Canadá e estão a caminho do Brasil para colaborar com as investigações.
Em nota, a ATR expressou seus sentimentos: “Nossos primeiros pensamentos estão com todos os indivíduos afetados por este evento. Os especialistas da ATR estão totalmente empenhados em apoiar tanto a investigação como o cliente”.
A identificação dos 61 corpos representa outro desafio significativo. Vinhedo, sem estrutura adequada para tal tarefa, receberá apoio do Instituto de Medicina Social e Criminologia do Estado de São Paulo (IMESC), do Instituto Médico Legal (IML) de Campinas e do IML de São Paulo (capital) para a análise e identificação completas dos corpos.
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