Motorista de Porsche pediu auxílio emergencial na Covid e é acusado de calote milionário

Igor Sauceda, preso por atropelar e matar um motociclista, é um empresário que ganha R$ 20 mil mensais e já pediu auxílio emergencial de R$ 5.100

Igor Sauceda sendo preso
Foto: Reprodução
Igor Sauceda sendo preso

Igor Ferreira Sauceda,  motorista do Porsche amarelo que foi preso pela polícia por seguir, atropelar e matar o motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo na última segunda-feira (29) na Zona Sul de São Paulo, é um empresário que ganha R$ 20 mil mensais de salário e já chegou a pedir auxílio emergencial de R$ 5.100 durante a pandemia de Covid-19. Ele ainda é acusado de dar um calote milionário em um ex-sócio. O valor seria de R$ 1,4 milhão.

Sauceda é sócio do Beco do Espeto, bar no Itaim Bibi, bairro nobre da região Sul da capital. Durante depoimento à polícia, ele afirmou que recebia o auxílio emergencial, que era destinado à população em situação vulnerável durante a pandemia da Covid-19. 

1 /3 Acidente aconteceu na Avenida Interlagos Reprodução/TV Globo
2 /3 Carro de luxo ficou destruído Reprodução/TV Globo
3 /3 Moto ficou aos pedaços Reprodução/TV Globo


Calote

Na investigação, consta que Carmenon de Jesus Silva, segundo o documento do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), é o sócio de Igor e afirma ser detentor de 25% do capital social do Bar do Beco do Espeto.

A sociedade começou em 2015, quando Carmenon cedeu 50 metros do estabelecimento para Igor e o pai, Fernando Gomes Sauceda Júnior, venderem espetinhos. O negócio foi crescendo e Silva começou a receber os 25% combinados com os Sauceda.

No início foram R$ 5 mil. Os repasses então foram ficando maiores em 2020. Em março daquele ano, foram R$ 13.580. Depois, com a reabertura durante a flexibilização da Covid-19 em 2021, foram R$ 10.800 de participação dos lucros para Carmenon. 

O valor foi o mesmo até novembro daquele ano, quando o sócio dos Sauceda viu R$ 30 mil em sua conta-corrente.

No entanto, Carmenon começou a desconfiar dos lucros, visto que os sócios estavam enriquecendo desproporcionalmente e até comprando Porsches. O pai de Igor ostenta o veículo igual ao do filho, só que na cor vermelha, segundo o documento.

Segundo o Metrópoles, o enriquecimento seria por causa da inclusão de mais parentes em “sociedades paralelas”, o que resultou no afastamento de Carmenon.

“Devido às sociedades paralelas, não lhe repassarem o que lhe era de direito”, diz trecho de decisão da Justiça, mencionando 15 meses sem pagamentos.

Carmenon Silva solicitou o pagamento de R$ 1,46 milhão, correspondentes aos 25% que não lhe foram repassados no período. Porém, a Justiça não deferiu a solicitação.

Uma liminar ainda foi pedida em 23 de abril deste ano, com urgência para o bloqueio de valores dos Sauceda, mas também foi negada.

O caso segue em tramitação, mas sem atualizações até o momento.

Atropelamento

Igor Sauceda foi indiciado por homicídio doloso por dolo eventual por motivo fútil. O caso é investigado pelo 48º Distrito Policial (DP), Cidade Dutra.

Ele é acusado de atropelar e matar Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, na segunda-feira (29), em São Paulo. 

O atropelamento foi por uma briga de trânsito na qual Pedro teria quebrado o espelho retrovisor do Porsche de Igor. Tudo foi flagrado por câmeras de segurança. Veja o vídeo:


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