Haddad cita desafio em tirar o Brasil do Mapa da Fome e ignora "medida em caráter global"

O Ministro da Fazenda afirmou que uma possível declaração de taxação dos super-ricos pode render bilhões para o combate à fome

Haddad cita desafio em tirar o Brasil do Mapa da Fome
Foto: Agência Brasil
Haddad cita desafio em tirar o Brasil do Mapa da Fome


O Ministro da Fazenda Fernando Haddad voltou a falar sobre os desafios de tirar o Brasil do Mapa da Fome e a citar temas recorrentes como a taxação dos super-ricos. Em entrevista concedida ao Jornal das Dez, da Globonews, Haddad afirmou que o Brasil não depende de "medida em caráter global" para sair do Mapa da Fome.

“O Brasil não depende de nenhuma medida em caráter global para erradicar a fome. O Brasil tem recursos suficientes para, neste mandato do presidente Lula, tirar o país mais uma vez do Mapa da Fome. (...) Em relação ao mundo, o desafio é maior. Temos países com renda muito baixa e temos que obter novas fontes de financiamento”, disse o ministro.

Além disso, Haddad falou sobre a possibilidade de uma primeira declaração sobre a taxação dos super-ricos em um encontro que acontecerá na quinta-feira entre ministros das Finanças. Tal declaração pode render uma arrecadação global de US$ 250 bilhões para o combate à fome.

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1 /6 Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante apresentação Reprodução/Diogo Zacarias - 30/03/2023
2 /6 Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião Reprodução/Diogo Zacarias - 07/03/2023
3 /6 Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião Valter Campanato/Agência Brasil - 04/04/2023
4 /6 Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante apresentação Oédson Alves/Agência Brasil - 05/04/2023
5 /6 Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião Valter Campanato/Agência Brasil - 04/04/2023
6 /6 Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falando com a imprensa Valter Campanato/Agência Brasil - 03/04/2023


Haddad também lembrou que líderes como Emmanuel Macron, na França, e Joe Biden, nos Estados Unidos, mostram simpatia à proposta brasileira de tributar grandes fortunas em prol de recursos para erradicar a fome.

"Essa ideia vem ganhando apoio de vários presidentes. O presidente Macron já falou disso, o presidente Biden já falou disso, outros chefes de Estado, chefes de governo vêm apoiando. E nós vamos ter essa semana uma semana decisiva, pode ser que saia uma declaração. Entre os técnicos, no nível técnico, já é quase um consenso sobre uma primeira declaração que vai dar impulso a essa agenda. O que não vai ser de um dia para o outro que vai se estabelecer, isso é uma construção muito delicada. Eu lembro a você que os pilares da OCDE começaram dez anos atrás e vêm se desdobrando ao longo dos anos", afirmou o ministro.

O Brasil tinha saído do Mapa da Fome no ano de 2014 e sustentava a posição até 2018. Entre 2019 e até 2022, porém, vinha em tendência de crescimento da pobreza, extrema pobreza e crescimento da insegurança alimentar e nutricional. O país regressou ao Mapa da Fome no triênio 2019-2021 e se manteve no triênio 2020-2022.