Por que 9 de julho é feriado em São Paulo? Entenda a origem da data

Levante armado contra o governo do presidente Getúlio Vargas eclodiu há exatamente 92 anos

Revolução Constitucionalista de 1932 eclodiu há exatamente 92 anos
Foto: Reprodução
Revolução Constitucionalista de 1932 eclodiu há exatamente 92 anos

O dia 9 de julho é especial para os paulistanos. Nesta terça-feira, os habitantes de São Paulo comemoram a Revolução Constitucionalista de 1932. A data é um feriado estadual . Mas, afinal, o que aconteceu há exatamente 92 anos?

Entenda

A Revolução Constitucionalista de 1932 aconteceu em São Paulo e foi um levante armado contra o governo do presidente Getúlio Vargas. Protagonizada por elites paulistanas, a revolta se opunha ao fim da autonomia dos estados — cravada em 1930 — e exigia uma nova Constituição e eleições imediatas.

Na época, Getúlio Vargas ocupava a presidência da República devido a um golpe contra o presidente eleito Júlio Prestes, representante da política paulista. Com a revolução, em outubro de 1930, Vargas assumiu a presidência e se negou a dividir o poder com os paulistas, nomeando um interventor não paulista para governar o Estado.

Além disso, Vargas aboliu as instituições, desde o Congresso Nacional até as Câmaras Municipais. Assim, todo o Legislativo e Executivo passaram a ser dirigidos pelo governo federal.


A revolta

Indignados com a situação, setores da sociedade paulista passaram a promover grandes mobilizações populares contra o governo, que se estendiam para outros estados também como Minas Gerais, Alagoas e Rio Grande do Sul.

O estopim da fase armada do levante foi uma manifestação ocorrida no dia 23 de maio de 1932, na Praça da República, onde ficava a sede do governo do interventor nomeado por Vargas.

Os manifestantes tentaram invadir um escritório do partido varguista (Partido Popular Paulista). Nesse conflito foram mortos quatro estudantes: Euclydes Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Américo de Camargo Andrade. Um quinto manifestante morreu dias depois no hospital. O movimento ganhou mártires e adotou a sigla MMDC (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) .

O clima contagiou parte da população, resultando em uma revolta de fato nas ruas paulistas no dia 9 de julho. Apesar da resistência paulista, no final de agosto, as tropas já sentiam a falta de equipamentos e de apoio dos outros estados. Após três meses de batalha e mais de 900 mortos, os paulistas se renderam no dia 2 de outubro. 

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